domingo, 16 de novembro de 2008

A Primeira Vaga

Não compreendo que vantagens curriculares apresenta Hillary para ser considerada para Secretária de Estado. Aquando da Presidência do Marido, o sector que acompanhou, com o intuito de reformar radicalmente, foi o da Saúde, com uma tal felicidade de actuação que devolveu o controlo do Congresso aos Republicanos, coisa que desconheciam desde os anos 1950´s. Como Senadora não tem assento no Comitê de Relações Exteriores, mas sim no do Ambiente, no de Saúde, Educação e Trabalho, no de Envelhecimento e no das Forças Armadas. Só se a experiência como Primeira Dama, viajando pelo planeta, contar para o efeito. Mas presumo que isso seja politicamente incorrectíssimo e até risível, mesmo para quem não seja feminista.
Percebo muito bem o entusiasmo que a possibilidade desperta entre os parlamentares Democratas: na Câmara dos Representantes - muito congressistazinho deve estar a fazer contas às chances que tem de ser elevado ao lugar a que Ms. Clinton teria de renunciar. E no Senado respirarão de alívio todos os que temem a notoriedade ganha por ela numa eventual disputa da liderança.
E quanto à vontade dela? Prémio de Consolação nem sequer é, esse seria a Vice-Presidência. Fazer História é impossível, já Albright ocupou a posição, abrindo-a às Mulheres. Desejo de servir seria muito mais preenchido pela fidelidade ao mandato eleitoral que tem para cumprir. Mas o próprio silêncio que ostenta e a possibilidade de se deixar entrevistar demonstram que está ansiosa por qualquer osso que lhe atirem. Caso se confirme a hipótese, nada de promissor nos espreita, com tal vocação...

10 comentários:

Maria de Fátima Filipe disse...

Querido Paulo, o menino é tremendo...:),que maldade:)!
beijinhos

Ricardo António Alves disse...

Depois da Bósnia-Herzegovina, vamos vê-la agora a aterrar debaixo de fogo, talvez no Afeganistão...
Ab.

Marie Tourvel disse...

Eu daria a Hillary, como prêmio de consolação, a chefia dos estagiários. Talvez ela se desse bem nessa, não é?
Um beijinho

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Ariel,
descuuuuuuuuuuuuuuulpe, eu sei que a Menina era simpatizante da Hillary. Mas esta placidez em abocanhar qualquer postozito não A repugna?

Meu Caro RAA,
ehehehehehe, depois de cada périplo diplomático há sempre que voltar à terra, mesmo que reconhecendo diante das câmaras que as coisas se passaram mais assado do que assim.

Querida Marie,
Era a anedota que corria na campanha, Ela dizendo querer um cargo na Casa Braca e o Bill, respondendo "sim, como estagiária". O que, com Monica rememorada, talvez consubstanciasse uma libido insuspeitada.
Beijinhos e abraços

Maria de Fátima Filipe disse...

Querido Paulo, tem razão, não gosto nada de gente que se põe em bicos dos pés. Mas sou cristã, e à Hillary tudo lhe aconteceu, inclusivé ter-se candidatado num momento de viragem da história, que lhe cortou as pernas...

beijinho

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Ariel,
compreendo esses sentimentos, mas ela também tinha grandes vantagens, para além do reconhecimento da imagem à partida, todo o apoio financeiro e de recrutamento do aparelho do Partdo Democrático, ter uma base no Sul, a par de representar um Estado do Nordeste...
Beijinho

Maria de Fátima Filipe disse...

Pronto, pronto, leve a taça :). A verdade é que a campanha de Obama foi um modelo de trabalho de sapa e de organização, capacidade de mobilização exemplar e sobretudo a motivação pelo sonho sem o qual nada se faz.

beijinho

Paulo Cunha Porto disse...

Lá isso, praticamente só com a oratória transformou uma pequena rede de cumplicidades que servira o Dr. Dean num poderoso maquinismo de foundraising e, ainda mais importante, num tsunami de fé em mudança.
Beijinho
PS: taça, só se for para bener um pouco de Champagne, para o que tenho a honra de, desde já, A convidar.
Beijinho

Maria de Fátima Filipe disse...

Perfiro a flute, mas a taça serve muito bem, sobretudo com tão Ilustre companhia.:)

Paulo Cunha Porto disse...

Feito!
Mas ilustrado, só pela concessão de Quem Se dignou a aceder.
Beijinho