domingo, 23 de novembro de 2008

Imposto Em Trânsito

Eu não posso discordar de uma medida que quer tornar o ar mais puro e diminuir a dependência energética do petróleo. As minhas objecções são de outra natureza: será no recurso a esta electricidade que se esgota o choque fiscal de tão propalada necessidade? E dará ele resultado, num País em que ameaça desencadear uma tensão altíssima entre duas pulsões, neste caso, em oposição? Falo da cupidez anti-sujeição tributária que lideramos na Europa; e da satisfação de guiar ou invejar carros de alta cilindrada, num canto do Continente que igualmente ocupa lugar cimeiro no número de automóveis por habitante...

11 comentários:

Anónimo disse...

Cheguei a um ponto em que tenho muita dificuldade em aceitar como boa qualquer patranha proferida por políticos cá do buraco. Ainda ontem, o Grande Timoneiro apregoava que os tugas começam a sentir os benefícios das mudanças operadas no SNS. Pois sim, andamos todos muito mais contentes. Será que as mais de 100 chamadas para o 112 que diariamente se perdem ajudaram à propalada melhoria?

Depois da bajulação feita à Nissan o mínimo que se espera é que a produção dos carros eléctricos da marca passe a ser feita cá e que se consiga atenuar a quebra verificada de 20% do investimento estrangeiro.

Mas, lá está, como desconfio desta gente não me admirava nada se o preço dos tais pópós viesse por aí acima acompanhado de uma subida do Kv.

Abraço.

Anónimo disse...

Sócrates diz que, em 2010, 20 por cento da frota do Estado será de carros eléctricos. Cá estaremos para ver. De qualquer modo, não me parece grande objectivo. Se só 20 por cento dos veículos institucionais ainda não o fossem, isso é que serviria de exemplo. Estou mesmo a imaginar o Manuel Pinho a acelerar num carrinho eléctrico, ou a Fátima Felgueiras a partilhar a petulância com o motorista naquele espacinho, ou o Jaime Silva a emborcar o mata-bicho em Serpa enquanto carrega as baterias...

Unknown disse...

Outra questão seria saber quanto custará gerar a energia que alimentará as viaturas eléctricas. Espero que mesmo que essa energia seja produzida em centrais térmicas (e poluentes), resulte menos dispendiosa que a compra de gasolina a retalho.

Pedro Barbosa Pinto disse...

Cá para mim isto vão ser as "novas oportunidades" dos arrumadores:
- "Benha...destroce, destroce... Só um poucachinho à fente prálinhar com este poste... Ok está bem aí. Boas tardes fraguês. Isto agora é assim - Uma moedinha e quando chegar do almoço não há riscos na viatura, mais 20 €uritos e tem as baterias completamente carregadas, sem mais provelemas"

Gi disse...

Os novos carrinhos de choque, para que o parque de diversões seja maior.

Maria de Fátima Filipe disse...

Querido Paulo, se correr o bicho pega, se parar o bicho come....

Beijinho

joãoeduardoseverino disse...

Pois, pois, Grande Timoneiro! Na Praça de Londres, Lisboa, foi instalada uma estação de carregamento de carros eléctricos pela EDP. Está abandonada...

Patti disse...

Não me diga que vão voltar os Amarelos de Lisboa, com bilhetes a vinte e cinco tostões?

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Mialgia,
toca um ponto importantíssimo, o da quebra da produção automóvel de que tanto depende a nossa Economia. Seria um antídoto começar a produzir cá automóveis eléctricos, coisa longe de estar garantida? Penso que só para exportação e, a partir daí, por arrastmento eventual, não nos vejo a ser pioneiros na renúncia à mitologia e prazeres das bombas poluentes.

Ehehehehehe,Meu Caro JC, tem toda a razão na mediocrdade do oblectivo. Dir-se-á que Roma e Pavia não se fizeram num dia, que é um princípio, que tudo ajuda. Mas sabendo-se como vêm saindo furados tantos ovos tidos por certos antes de a galinha os pôr, na Administração Sócrates/Teixeira dos Santos, com objectivo tão modesto, teme-se que os resultados se venham a resumir a meia-dúzia de exemplares para Ecologista ver.

Meu Caro Francisco,
vamos ver, até pode ser jogada para valorizar o caso de sucesso que dizem se a EDP. Estou curioso é por ver o que pensará disso um outro, a Galp, se, de facto, for erguida uma alternativa ao sobe e (pouco) desce dos preços dos combustíveis com que, pretensamente acompanhante do Mercado, se vai abotoando. É a síndroma da manta curta...

Meu Caro Pedro Barbosa Pinto,
até seria engraçado fazer dessa classe paraindigente carregadores, não no sentido mais esforçado referente a bagagens, mas de pilhas. Teria mesmo pilhas de graça vê-los ser úteis. Mas parece-me que, com a dificuldade de ligá-los ás eléctricas, as tomadas deles continuarão reduzidas ao numerariozito metálico...

Eheheheh, Qierida Gi,
com a diferença de que estes, também susceptíveis de acidentes, ameaçam amolgar o orgulho dos condutores nacionais...

Querida Ariel,
eu não estou contra o esforço, agora está a ver muita gente a electrizar-se, com anúncios destes?

Por isso mesmo, por isso mesmo, Meu caro João Severino. Muito me ajuda essa excelente ilustração. Creio que a coisa cá só pode vingar, caso a copiemos de um retumbnte sucesso estrangeiro. E mesmo assim, com dúvidas. As bicicletas dinamarquesase holandesas nunca pegaram cá, o Tuga é muito apegado ao seu escape, literalmente, que as conotações não são o nosso forte.

Querida Patti,
amarelo vejo o sorriso de muitos a quem a mudança de viatura seja proposta...
Beijinhos e abraços

ana v. disse...

Também me fez espécie esta nova invenção do Sócrates, embora não tenha nada contra a despoluição do ambiente. Mas já tudo me cheira a esturro, mesmo sem fumo de escapes...

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Ana não será uma tradução de "electrizar" por "electrificar", em Português Técnico?
Bj.