domingo, 30 de novembro de 2008

Greguerias

Finalmente de regresso, após fim de semana de muitas voltas, onde, entretanto, provei não ser rapaz de rancores: depois do triste resultado do Benfica contra uma equipa helénica, ainda quis comer mais e fui até Ilhas Gregas.
Calma, não virei turista no Mediterrâneo Oriental, optei foi por retemperar forças num excelente restaurante com ementas à base de pratos daquela nacionalidade herdeira de civilizações que fizeram muito do nosso património. Aqui mesmo, pelo Estoril, junto à Marginal, embora de marginal nada tenha essa instância de cosmopolitismo.
As entradas são excelentes, o vinho agradável e quem nunca comeu Moussakas não sabe o que perde. Mas é de evitar a todo o transe a mistela que é dada como café. Peçam do nosso, que tambem o há.
Amanhã conto que o blogue e as visitas que faço retomem o seu curso habitual.

sábado, 29 de novembro de 2008

Paradoxo

Como a repulsão de pôr um par de patins não é incompatível com a atracção do Glamour...

Os Surdos do Diálogo

Diálogo, de Albert Szukalski
Dia Fora. aproveito o portabilíssimo computador de um Amigo para marcar o ponto, longe de casa. Lendo Convosco um poema que reprovo substancialmente, tanto quanto admiro na forma. A não ser que... a dupla negação faça vingar o entendimento contrário ao que nulifica o que não se consegue atingir, apesar de outros terem sucesso nessa via. Tudo porque se cai numa inexplicável subalternização da Luz, muito por causa da obsessiva focagem da projecção de um vulto deformado que depende dela. E que parte da presunção de que são fictícios todos argumentos de interpelação pensada idealmente do que não tem lugar pela própria divergência marginalizadora radical. Aquela que tende a não eleger o Credo, pela duradoura superstição de o crer apenas mais um.
De Augusto Gil,

SOMBRA DE FUMO

Fumo, no entanto, alguma coisa é:
Porém sombra de fumo não é nada
Para o olhar que não abranja até
Onde a matéria já não faz jornada...

Génios subtis (ou de ilusória fé)
Há, para quem a sombra assim gerada
É o irreal a palpitar ao pé
Da ansiedade duma chama ansiada.

Esses, quando uma acha se incendeia,
Vêem no fumo leve que se ateia
E na sombra que dele se produz,

As falas duma língua mal sabida,
A conversa do nada com a vida,
O diálogo do caos com a luz...

Coragem!



Há provações piores do que uma pequena espera, ao que se vê. E o sacrifício pode evitar cenas destas em Dezembro/Janeiro...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A Sorte Grande e a Terminação

A Dor na Responsabilidade, de Jim Caron

Não tenho qualquer opinião sobre o Sr. João Rendeiro e nem estou certo de haver ouvido falar dele antes da falência que era para ser mas está adida do BPP. O que me parece pouco admissível é a volta por cima que tenta dar, dizendo que está disponível para sair, não querendo fugir às suas responsabilidades. A meu ver, trata-se de confundir responsabilidade com disponibilidade, talvez porque terminem da mesma maneira...
À instituição bancária que não soube gerir, mas, muito mais, ao Estado, saiu a Sorte Grande de uma intervenção, pressionada mas conjunta, dos Grandes Bancos, cheios de medo de contágios, para manter à tona a vítima da gestão calamitosa que fez as coisas chegarem a este beco com pouca saída. Não é pois paranóia de encontrar culpados, mas a obrigação de encontrar os culpados que deve tornar a sua vontade de colaborar, saindo, irrelevante.
Entretanto, o Estrela da Amadora encontrou na Liga o seu "Banco de Portugal", que dá pelas asneiradas tarde e a muito más horas, mas desempenha uma função importantíssima. Contudo, falta-lhe a fortun - em todos os sentidos - do (sub)mundo da Finança, imaginem se fosse pedir ao Benfica, Sporting, Porto e mais algum que lhe viessem pagar vencimentos de atletas com quem nada tenham a ver...

A Tanga do Costume

O que eu não faço pelas Amigas, mesmo As que me difamam!
As Donas Ka e Patti acusam-me de ter postado nus, quando as fotos jaimianas tinham, pelo menos, tanga. O que leva essas críticas a serem englobadas na designação, embora com outro significado. Mas fico pasmo com o poder de previsão Delas! Como terão adivinhado que eu falaria de seguida acerca da fúria consumista? Enganaram-se foi na minha identidade, eu não sou o Stockmarket, que se compromete a vestir por inteiro as primeiras 50 pessoas que apareçam amanhã de tanguinha, pelo Meio-Dia, na Fundição de Oeiras.
Uma verdade durona proferida anos atrás, a de que o País estava assim re-vestido, só pecou por antecipatória. Então, poderia não estar, amanhã, não tenho dúvida de que ficará.
Sorte tem a Ariel, que é à porta de Sua casa...

Preto, Para Além da Circunstância

Já em anterior momento referi o embaraço em que me atolei por causa das conotações do claro-escuro na nossa linguagem. Esqueci-me todavia de abordar um ponto de actualíssima solicitação. Nos Estados Unidos o dia que se segue à Quinta-Feira de Acção de Graças, o de hoje, no ano presente, é chamado Black Friday, a partir da coloração contabilística que regista prejuízos a Vermelho e lucros a Negro. Parte-se de uma constatação de comportamentos tradicionais para uma esperança dos Comerciantes, traduzida em ver chegar o dia da corrida dos compradores às lojas, no início da época Natalícia. Algo positivo, por ninguém contestado.
A própria instituição da Acção de Graças, evocando uma ceia de gratidão para com Deus para com os Índios que ensinaram certas formas de cultivar a terra, transmutou-se naquilo que tendemos por cá a concentrar no Natal, o retorno ao convívio de Pais e Filhos, numa dimensão muitas vezes mais difícil do que a que do nosso lado predomina, em função das dimensões continentais do País. Ao Natal fica cometido um estatuto de festa de crianças, com a obrigatoriedade de consumo e desperdícios festivos, mais próximo do espírito do nosso Ano Novo.
Durante muito tempo pensei a adulteração da mensagem religiosa do Menino nascido ns palhinhas como mais uma manifestação do pior infantilismo materialista dos Norte-Americanos. Porém, observando a cada vez maior padronização aquisitiva e profana com que enformamos a Celebração Natalícia, second thoughts me ocorrem: a separação radical entre os dois tipos de comportamento não estará um passo à nossa frente, desprovidos que nos encontramos dessa válvula de segurança?

A Pressly É Amiga da Perfeição

Para mais, suspeito-a de Benfiquista: não só ficou de gatas, como, antes, se tinha prontificado a roer as unhas, começando pelo mindinho. Até lhe perdoo o nome Jaime!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quando a Águia Se Vê Grega...

De Rubens:
Prometeu, pois, mas viu-se logo que, hoje, o fígado estava cheio de fel. Também, querer repetir mitos tão batidos...
Até amanhã. Gruuuuuumffffffff!

O Pomo da Discórdia


Um cavalheiro chamado Michael Renfro depositou em juízo uma acção cível contra os sucessores de Magritte, pedindo uma indemnização de quinze milhões de dólares pelo que considera ter sido uma apropriação ilegítima da sua imagem em O Filho do Homem, acima, com a aparência de uma maçã colada à cara, sustentando que a arte do grande Belga se resumiria ao foto-realismo e que poderia tê-lo captado nos anos 1960´s, em Bruxelas, quando lá estivera, a comprar um coco e um sobretudo.
Não conheço a petição incial elaborada pelo ilustre mandatário do Autor, mas seria caso para ter invocado o quadro ao lado, em que a negação ganharia um alcance mais lato do que aquele que os críticos reconhecem, o do truísmo desvanecido que lembra não ser a representação pictórica o próprio fruto retratado.
Todavia, não parece poder ser-lhe dado ganho de causa. Provou, com esta iniciativa, ser um verdadeiro maduro e o vegetal que lhe serve de rosto está tão verdinho como aquele que ficou imortalizado na tela, um caso biologicamente muito problemático de conservação.

Das duas uma, ou lembrando-se do isco lançado pela Cobra a Eva, tentou dar uma dentadinha no que lhe proporcionaria a imortalidade, pelo minuto de fama que os Media lhe concederam, ou como comensal (a)bancando, noutra chapa célebre do mesmo objecto, As Belas Realidades, experimentou conferir-se alguma participação no Belo. Num e noutro caso seria tentar tomar o Desejo pelo Real. E Magritte teria gostado disso.

Toca Sempre Duas Vezes?

Não posso deixar de pensar que situações como esta, mais do que traduzir as fraquezas da rectidão humana, se ficam a dever ao anonimato progressivo a que muitas profissões são votadas. Antigamente, excluídas as micropovoações onde a extensão dos Correios era cometida a populares distribuidoras de outras mercadorias, confiava-se no Carteiro como um pilar social, ao ponto de, muitas vezes, ser ele a desempenhar tarefa para que não era remunerado, a leitura das missivas dirigidas a iletrados. Um resquício dessa confiança encontrei-o, não há muitos anos, ao saber da eleição para presidente camarário do único município da Ilha do Corvo do profissional desse ofício.
Na Urbe e arredores, cada vez mais, a tendência foi a de perder de vista a consideração pessoal dessa função, já que a actividade respectiva se subsumia à rotina sem rosto que se furtava ao nosso olhar, por estar bem debaixo dos nossos olhos. Chesterton desmascarou tal miopia psíquica no conto «O Homem Invisível», em que faz um assassinato ser cometido por um agente escamoteado às vistas das testemunhas - mas não ao raciocínio reconstituinte do Padre Brown - por um uniforme de responsável das entregas postais.
Da mesma forma, o dinheiro de plástico, de cartões creditantes debitantes e o Diabo a Sete, subtraem à vigilância do olhar a concreção do dinheiro, sempre equiparada a metal sonante ou cédulas sucedâneas. E, quando se juntam a evaporação da identidade de que dependem as imputações criminais e a abstractização da matéria sujeita a gamanço, chega-se o fogo à pólvora.
É o Progresso!

Estar Com os Azeites

Está explicada, quanto a mim, a razão de as petrolíferas, em Portugal, não baixarem o preço dos combustíveis tanto quanto as quedas do mercado poderiam determinar: antigamente o petróleo era vendido pelos azeiteiros e a expressão tomou, em gíria, o sentido de sujeitos que fazem tudo para dar nas vistas. É a procura da notoriedade, puro Marketing empresarial...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um Banho Também Dá Moral

O importante é nunca atirar com a toalha...

Sob o Signo da Pantera

Um motivo de esperança: não deve estar a crise para durar, já que a grande discussão do momento incide sobre se é gira ou sexista a ideia brilhante de se ter concebido um teclado cor-de-rosa com teclas de dizeres provocatórios, alegadamente para uso de louras. Cliquem para ver melhor, aumentando.
Bem, sexista não sei como poderia ser, já que apenas estigmatizaria uma parte, por sinal bem minoritária do Género, como demonstra o mapa da Europa mais abaixo. Quanto à gireza, estamos conversados, a estupidez seria por inteiro atestada por quem os comprasse.

Mas a controvérsia levanta uma lebre que merece exame: a fama de burras das pobres Mulheres com o cabelo mais claro. Eu estou em crer que ela advém em grande parte das personagens de Marilyn Monroe, uma das quais diz expressamente que os homens não gostam de Miúdas muito inteligentes e cultivadas. Claro que a burrice está nos que não temperaram essa patente boutade com as garantias de Wilder e muita Crítica, segundo as quais, para dar credibilidade àquela figura. MM comprovava ser uma actriz muito inteligente.
Outra hipótese seria a relativa raridade da lourice originária levar muita Senhora a pintar o cabelo e isso ser dado como sintoma de miolos em déficite. Também não sigo por aí, porque isso, Nelas, é como em nós deixar crescer um bigode, ou uma barbicha, até podendo passar por saudável sintoma de não estar demasiado satisfeitinho consigo.


O que me leva a outra razão de espanto - a de não ter sido o teclado associado ao que me pareceria mais óbvio, uma opção partidária ou sexual, que as há simbolizadas por tão doce cromatismo. É a injustiça de ligar a falta de intelecto a características não-escolhidas que nada revelam, em vez de o conectar com opções que estão na disponibilidade da parte, resultando de um processo mental, mesmo que diminuto, para muita gente.
Ainda bem que o Benfica já se deixou destas alternativas!

Uns Grandes Pintores!

Bem me tinha parecido pouco coerente com as preocupações do actual executivo camarário este conjunto de intenções de limpeza e responsabilização pelos graffiti do Bairro Alto. Nesse mesmíssimo lugar vão agora debater e endeusar, segundo o recorte do «Destak» de hoje, a expressão das interioridades frequentemente obscenas e, em todo o caso, gritantes, ao ponto de a quererem fazer passar por Arte. Está explicada a primeira notícia: era uma tentativa de conferir aos autores dos rabiscos a aura da perseguição que faz O Verdadeiro Artista...
O Pintor de Graffiti, apanhado Aqui

Nomes Sem Cabeça

Julgo que um dos meus traços mais simpáticos é apiedar-me facilmente das vítimas dos afectos paternos traduzidos em nomes que não escolheriam. Era o caso dos que a Secretária do meu Patrono na Advocacia sugeria para filhos que eu viesse a ter, Porciúncula e Sisibuto, por motivos religiosos e coisa tão corriqueira como o livro que eu na altura lia, sobre os Visigodos em Portugal.
Não se pense que só os simples caiem nessas. Abelardo e Heloísa deram ao filho o nome de Astrolábio, para gozo posterior de um Jacques Le Goff, o qual classificou o evento como a infelicidade de se nascer de um casal de intelectuais. E num meio iletrado, um patriota do País-Irmão não encontrou melhor forma de tributo nacional do que denominar o rebento de Vivóbrasil.
Vem isto a propósito de uma acéfala homenagem que admiradores de Mussolini promovem: dar 1500 euros a quem registe os filhos com as graças de Benito e da esposa, Rachelle. Diz que é um retorno às origens históricas do partido.

Ora, o que me faz espécie é que o próprio Duce tinha sido um dos supliciados pela politiquice paterna, o seu nome próprio era devido ao revolucionário Mexicano Benito Juarez, pois o pai admirava-o, como socialista radical anarquizante que era. Ou seja, estes dedicados fãs estão a cultuar, isso sim, um ideário que o seu ídolo renegou. E Rachelle, nome belo mas de ressonâncias hebraicas, também não sei se agradará, ao menos à facção entusiasta da aliança com os hitlerianos...
Só falta a estátua do subversivo da América Central a fazer a saudação romana. Mas há pior, com a sede de tostões que grassa no nosso País, não tarda estão a tentar estender o prémio a toda a União Europeia. E, se obtiverem ganho de causa, não demorará a termos uma geração inteira benitificada e rachellizada...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hoje Somos Todos Dragões

Aos Meus Amigos Que são Portistas por mais outra razão do que a de simpatizarem comigo...

Dar Continuidade

Tenho a subida honra de chamar a atenção de Vossas Excelências para um local em que Vários Expoentes de uma Elite Absoluta fazem, a partir de hoje, o favor de me acolher, demonstrando que só para ratazanas pode ser nocivo um Risco Contínuo.

Maneiras e Maneirismos

Mesmo a calhar para estes tempos em que águas e frialdades ameaçam de todo o lado com ejaculações nasal-bocais de micróbios, desde já fica a minha Saúde! a Todos os constipados do Dia. Sim, porque nunca tolerei o Santinho! tão difundido, abreviação do Deus o faça um Santo!, correspondente ao popular T´arrenego Inimigo!, ou o God Bless You! inglês que supõe o Diabo por detrás de cada espirradela, tal como os Judeus Antigos lhe presumiam a Morte espreitando, apesar de nas Escrituras apenas se falar do tema num regresso à vida, nas sete vezes seguidas que o Filho de Sunamite espirrou, ao ser ressuscitado por Elias.
Talvez não seja estranha a desconfianças destas a vigilância do Papa S. Gregório Magno, O Qual mandou ensinar uma prece para emprego dos que espirrassem e para salvação das suas almas, numa concepção do Cristianismo inteiríssima, de corpo e Espírito, com directa influência na «Litania do Espirro», recitada pelos Descobridores Espanhóis a cada atchim que os assaltava e que, segundo Fernando de Sotto, os deixou abismados, quando constataram procedimento semelhante nos índios centro-americanos, sem conhecimento da Revelação.
Mas está visto que à preguicite da Tugolândia conviria era a crendice de alguns povos do Industão, onde homem que espirrasse ao levantar prescindia de trabalhar durante todo o dia... Ligando à imagem, há sempre quem leve a polidez às últimas consequências...

Correntes Fortes

Não me surpreendeu minimamente a maioritária vontade entre os Islandeses de aderirem à UE e ao Euro como forma de superarem a bancarrota. Afinal, dar-se como escravo para ressarcir dívidas era expediente já conhecido na Roma Antiga e entre os Hebreus...

Chávez do Armário

As recentes eleições regionis e autárquicas venezuelanas deixaram-me a ruminar em três pontitos. Primo, a nossa abençoada Imprensa insistir em que os candidatos do partido do Presidente Chávez perderam nos estados mais ricos. Parece que querem dizer que a plutocracia levou de vencida os descamisados, ou antes, os depauperados camisas vermelhas Bolivaristas, quando o que se verifica é que a diminuição de votos ocorreu, sobretudo, nos subúrbios das grandes cidades, entre as populações menos abonadas.
Secondo: Há aliás um equívoco na imagem que se dá de Chávez, paralelo ao da consagração popular de Robin Hood. Faz-se de ambos uma reedição da figura do Zé do Telhado, roubadores de ricos para dar aos pobres. Ora, no caso do Britânico, o conflito subjacente estava muito mais próximo do que fundamentou o ideário Nacional-Socialista, com os Saxões pintados em tons mais claros, em luta contra os Normandos, vindos do Exterior, que se teriam apropriado da riqueza e do Poder. Repare-se que os aristocratas saxónicos que subsistiam nunca são descritos depreciativamente, enquanto que dos da outra cultura só se salva Ricardo Coração de Leão. Da mesma forma, o Político Sul-Americano encarna muito mais um revanchismo índio, que vem à tona em momentos de espontaneidade como a primeira reacção à reprimenda do Rei de Espanha. É esta característica que me parece explicar a simpatia que denota por Obama, um desforço da "pureza branca", quando muito me surpreenderia que ela fosse recíproca. E o discurso anti-predomínio dos anglo-americanos tem muitas semelhanças com o de Hitler, salvo nos momentos em que tentou entendimentos com eles, que lhe deixassem rédea solta. Tertio -Por último, o tamanho da constituição instrumental que o derrotado do fim de semana brandia. Comecei por estranhar a dimensão microscópica, mas, depois, percebi: é tentame de induzir as pessoas na confiança de que as alterações que quer fazer passar são mínimas...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Gestão de Imagem

Querida Amiga, como spin doctor deste cavalheiro, desafio-A agora a dizer que não se trata de um bichinho amoroso...

Aproveitadinhos

O Bebedor de Água, de Viktor KatyuschikConfesso que a persistente necessidade que sinto de reciclar o Homem não passava por aqui. Sei que o problema de falta de água é grave em muitas regiões do Globo e que em situações de desespero é dos livros o recurso ao repugnante mas único líquido ao dispor. Simplesmente, parece-me necessário andar muito no mundo da Lua para, sem premências do género, alguém se sujeitar livre e conscientemente aos humores de um centrifugador. Cosmonauta sofre!

A Diplomacia do Dólar

Parece confirmado o novo rosto:Mas é velho nome, o mesmo associado a desastres arrasadores da ordem estatal em países como a Somália. Espera-se que a impensada política de demissão após a intromissão que levou ao preenchimento do vazio de Poder por salteadores costeiros não venha a reeditar-se na conivência que lhes proporcione presas ricas como vítimas sacrificiais que apaziguem. Se em vez de um policiamento odiado contra todas as forças emergentes e fragmentadas, tivessem restaurado a autoridade do aliado da véspera, Habré, deixado cair quando tido por desnecessário, nada desta ameaça teria ganho força. Agora, ao menos que consertem o mal que geraram.

A Dependência da Parúsia

Ambição, de Michel de RooijEstas expressões valem o que valem, mas sempre concordara com a força do dito do Professor Marcelo sobre nova candidatura sua à liderança do PSD. É que se Cristo descesse à Terra, o mundo tornar-se-ia pequeno demais para Ele e para as intrigas da política partidária. Todavia, numa recaída do despudor da vaidade, vê-se que a concepção que o Comentador tem dessa Segunda Via da Encarnação depende da própria vontade do putativo candidato e tem balizas temporais de oportunidade política. Como a cobra que não quer pregar no deserto onde estão semeadas lideranças, mas em túmulos, e ambiciona estreitar a relação com o mecanismo amplificador que lhe permia dar música a uma audiência vasta.
Numa coisa concordo, se voltasse a ser esta a condução Social-Democrata, seria péssimo sinal. As segundas oportunidades ao fracasso não auguram coisa boa, por muito que se tentem enfeitar com um paralelo à Nova Vinda do Salvador.

domingo, 23 de novembro de 2008

Graus de Obediência

Aplaudo a inicitiva, mas duvido da eficácia da recomendação do associativismo profissional Parece evidente que a função de julgar é pouco compatível com os juramentos de entreajuda aos membros de filiações como a do título, sem perda de imparcialidade. E isto para acolher a versão mais benigna, a que não detecte conluios de apropriação do Poder, em diversos níveis. Mas a própria Igreja, aparentemente dotada de meios mais convincentes de conformação espiritual, não conseguiu impedir muitos católicos de se agregarem a inimigos seus, dentro das lojas maçónicas, apesar de, desde 1738, continuadamente, vários Papas, com especial realce clarificador pra Leão XIII na Bula Humanum Genus, proibirem aos Católicos, sob pena de excomunhão, a pertença a essa organização. Onde falharam injunções destas, quem acredita que triunfem bem-intencionadas recomendações parasindicais? Se os pedreiros livres já não se revestem do carácter caviloso de outrora, ainda funcionarão como agência de emprego. Ou instância favorecedora de promoção nas carreiras mais respeitáveis, como no caso.

Imposto Em Trânsito

Eu não posso discordar de uma medida que quer tornar o ar mais puro e diminuir a dependência energética do petróleo. As minhas objecções são de outra natureza: será no recurso a esta electricidade que se esgota o choque fiscal de tão propalada necessidade? E dará ele resultado, num País em que ameaça desencadear uma tensão altíssima entre duas pulsões, neste caso, em oposição? Falo da cupidez anti-sujeição tributária que lideramos na Europa; e da satisfação de guiar ou invejar carros de alta cilindrada, num canto do Continente que igualmente ocupa lugar cimeiro no número de automóveis por habitante...

Caixinhas Chinesas

Uma Gota do meu Sonho, de Shahla RosaSerá o sonho desvanecido ou a realidade esfumada o mais imaterial? Preconceito puro que quer ver a tangibilidade que parecia ao alcance e se nos escapou entre os dedos como o critério de realidade, esquecendo que a intensidade não lhe está forçosamente vinculada, mas à capacidade de aproveitamento que uma memória ou permanência onírica nos deixem. Breton e os seus fizeram da eliminação dos policiamentos da vigília o critério de aprovação e consagração do Homem. Esquecendo que o sonhado e o vivido não andam tão longe um do outro como isso, salvo na satisfação da vaidade. Os salvados que Coleridge conseguiu reunir no «Kublai Kahn» estão tão próximos dos fragmentos que nos ficam do que experimentámos, como as conjugações, verbais e outras, os fazem intermináveis portas para sucessivas divisões vazias, de que, afinal, se retira a grande ilação - a de os compartimentos que se seguem uns aos outros, condicionados por elas, não dizerem tanto respeito ao que pensámos dormindo, mas muito mais ao Desejo do nosso todo.
O Mundo está cheio de descobertas já anteriormente feitas. Aprisioná-las em linguagens e dogmas de escola é a ilusão que nos damos do Novo.
De Manuel Bandeira:

TEMA E VARIAÇÕES

Sonhei ter sonhado
Que havia sonhado.

Em sonho lembrei-me
De um sonho passado:
O de ter sonhado

Que estava sonhando.

Sonhei ter sonhado...
Ter sonhado o quê?
Que havia sonhado
Estar com Você.
Estar? Ter estado.
Que é tempo passado.

Um sonho presente
Um dia sonhei.
Chorei de repente,
Pois vi, despertado,
Que tinha sonhado.



sábado, 22 de novembro de 2008

Cantar o Feminino?

A canção mais anti-feminista de sempre?
«L´Esclave», na voz de Serge Lama.

Ai, os Remakes!

Nada como falar com conhecimento de causa: vi «Reviver o Passado em Brideshead», o filme, Não é tão mau como eu temia, mas, ainda assim, infinitamente inferior à série. Por exemplo, o actor que faz de Charles Ryder vai bem, mas a personagem está deliberalmente alterada, para lhe diminuir as ambiguidades. Onde no seriado sobressaía uma luta interior que queria preencher a ausência de Fé e a da Família, aqui pinta-se o equivalente em tons de mero arrivista, com uma descrença no limiar da anti-religiosidade, para a opor convenientemente aos outros, como que com medo de que o Público não percebesse o que estava em jogo. Por exemplo, quando Lady Marchmain lhe pergunta se é apenas agnóstico, e ele responde que é antes ateu, falseia-se não só a versão anterior, como o texto do livro, em que, perante um irmão mais velho de Sebastian igualmente antipático, mas menos grotesco, é o próprio protagonista que emenda o seu parceiro, dizendo que era agnóstico, quando o amigo o dera como ateu.
Também a Marquesa está simplificada de uma forma que menoriza a personagem. O overacting de Thompson acentua a opção de a pintar como uma vigilante manipuladora que somente queria usar o compincha do filho, enquanto que o auto-controlo ostensivo de Claire Bloom dava a medida de uma conformação a um entendimento dos desígnios divinos que explicavam uma força interior disciplinadora que queria genuinamente fazer amizade própria com o colega do filho rebelde, o que corporizava, para este, uma ameaça muito mais subtil, a da exclusividade em perigo.
Também Julia está empobrecida, a um tempo menos trágica e frágil, o que não é tão paradoxal como possa parecer.
Mas, acima de tudo, Lord Sebastian Flyte revela um miscasting tremendo, com um actor de físico algo aciganado, refugiado no semi-cerrar de olhos fácil, muitíssimo inferior à inesquecível composição de Anthony Andrews, sempre altivamente distanciado dos seus e desdenhoso de si, salvo na intensidade das compensações afectivas, como mostra este excerto.
O filme está longe de não se poder ver, apesar da insistência caricatural no que todos os adversários gostam de encontrar no Catolicismo, as pretensas facilidades da Confissão, despojadas do drama interior do arrependimento sincero. Mas jamais será um motivo de culto para uma geração jovem, como o foi para a minha a primeira filmagem. O esquematismo que triunfa sobre a indefenição das hesitações compreensíveis e dolorosas nunca é bom conselheiro como princípio artístico.

As Vozes do Silêncio

Venho dando tratos de polé à capacidade especulativa para tentar perceber a atitude da maioria PS, de silenciar politicamente o Dr. Loureiro, não aprovando a audição parlamentar, no escuro negócio do BPN. A desculpa oficial, de estar a ser investigdo judicialmente, não colhe, pois nunca foi impedimento de diligências parlamentares paralelas, com Camarate à cabeça, até sob a voluntarista forma de Inquérito, quando, aqui, apenas se pedia que escutassem. Uma hipótese óbvia é a de pensar o partido do Governo lucrar mais com a suspeita sobre figuras do principal rival, comparativamente com o cenário de esclarecimentos que poderia obter uma comissão dedicada.
Porém, numa publicação de 1885, encontro narrada uma tradição de Tavira que talvez ajude a compreender. É a de fazer silêncio.
Quando uma Mulher daquela região queria obter indicação acerca de se realizar ou não alguma coisa pensada, prometia fazer um silêncio a Santo da sua devoção. Pedia a uma amiga ou parente que a acompanhasse e saíam as duas, sem trocar palavra uma com a outra ou com mais alguém que passasse, na noite de Quinta-feira, repetindo-o na de Sexta e na do Sábado, depois de uma reza ao Venerado em que se diz Senhor(a) Fulano(a), a Graça sois e graça me dais, pelo amor de Deus, peço ao Senhor Jesus Cristo que me deis a mostrar pelas vozes do povo se...
Dirigiam-se à capela em que se cultuava aquele Intercessor e, pelo caminho, a interessada ia rezando 100 Ave-Marias, enquanto a acompanhante tomava nota de todas as conversas que ouviam e daquelas em que entravam expressões como "sim, é possível, de certeza" e as que faziam soar "não, nem pensar", nunca", como convicções de força semelhante. De igual forma procedem no regresso, em cada um dos três dias citados. Depois somam as notas e, consoante as declarações pela positiva ou pela negativa predominem, têm a resposta ao que procuravam.
Eu já tenho dúvidas quanto a oráculos de iluminados. Elas aumentam, em passando a responsabilidade para a uma rudimentar Democracia. Mas admito que um raciocínio paralelo, preso a estas reminiscências do Oculto, tenha imperado nas mentes dos parlamentares ainda na mó de cima. E que no íntimo peçam à República, muito laicamente que lhes aclare o Passado como as Jovens Algarvias pediam aos Santinhos que lhes dessem a conhecer o Futuro. É que qualquer outra justificação ainda parece mais esfarrapada ao pé desta!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nozes e Dentes

O Beijo, de Claude BuckEu não dizia, eu não dizia? "Técnico" para despromover alguma coisa, como se pode comprovar neste texto. No caso, o beijo, que, realmente, associado à (des)qualificação, fica arrasadinho de todo. Agora, aquele Baldwin de água fria... coitadinha da Jennifer! Merece ser perseguido até ao fim do mundo por beijocas fantasmagóricas, como a da imagem. E a ciência que estuda este carinhoso gesto, a Filematologia, bem poderia denominar Complexo de Baldwin o equivalente à impotência neste específico campo.
Falando de coisas mais sérias, a devoradora de homens que foi Cleópatra não terá beijado um único, fazia gala de o dizer. Terá reencarnado neste incompetente?

Imagens do Aval

AFINAL HAVIA OUTRA
o seu nome era Crise

O Banqueiro e a Sua Mulher, de Quentin Metsys

O ESTADO DOS BANCOS
a única árvore a cuja copa não é perigoso abrigar-se durante a tempestade?
Uma solitária dúvida: para se ser avalista é preciso gozar de crédito no Mercado. Este chegará?

Sob a Cinza do Assédio

Depois do nu do postal anterior, tentei redimir-me, procurando uma temática mais vestida, que não fosse a preto e branco. Mas fui dar a uma realidade Cinzenta, embrulhada em alvuras: Imogen Gray
Felizmente ela sossegou-me, mostrou ter outras peças para estender, o que evitará que se estenda ao comprido a triste peça que sou.

Post(o) a Nu

A Aniversariante Ka acorrentou-me a este inquérito. Não se pode dizer que responda uma vez quando o Rei faz anos, mas certamente que sim, quando é Tal Rainha a fazê-los. Temos de colocar uma foto nossa, escolher um cantor, cantora, ou grupo e dar-nos a conhecer com títulos de canções dele/dela/deles em jeito de resposta a cada item de cusquice.
Para Os que me seguem há mais tempo, poderá ser overdose. E daí, talvez não, posso ter criado habitação... e nada de efeitos...
Há que nomear mais cinco vítimas.
E a pastilha vai para:
Nocas Verde

Ana Vidal

Luísa

Lady Bird

Fugidia

Quanto a mim, posso resolver com Sinatra?


1) És homem ou mulher?

«The Lady Is a Tramp»



2) Descreve-te:

«It´s All Right With Me»



3) O que as pessoas acham de ti?

«Misty»



4) Como descreves o teu último relacionamento:

«Strangers in The Night»



5) Descreve o estado actual da tua relação:

«I´ve Got You Under My Skin»



6) Onde querias estar agora?

«Fly Me To The Moon»



7) O que pensas a respeito do amor?

«The Best Is Yet To Come»



8) Como é a tua vida?

«My Way»



9)O que pedirias se pudesses ter só um desejo?

«The Impossible Dream»



10) Escreve uma frase sábia:

«Born Free»

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Kiss Is Still a Kiss?

Debruçando-me sobre esta imagem extraordinária, não consigo deixar de pensar que, para muita gente, o Amor não significa estar no mesmo barco que o Amado...
As más notícias estão em essa acepção passional se dissolver como o fumo.

Uma Questão de Propriedade

As declarações do Dr. Al Zawahiri são mais do que a necessidade de continuar a ter nos EUA uma cabeça de turco em que malhar Com efeito, que outra coisa poderia ele dizer, depois de o Presidente Eleito Obama ter prometido, como grande inovação relativamente à Administração Bush, em Política Externa... a captura de Bin Laden? Claro que novo, novo, só o resultado, a tentativa é mais do mesmo. E aquele é precisamente o que não se pode garantir.
Quanto às palavras do Egípcio, nem vale a pena lembrar o triste papel que os Árabes a que pertence desempenharam como pioneiros do tráfico de escravos negros. As suas próprias indicam que para ele e os seus o Negro livre é aquele que lhe obedeça. Um caso de disputa de propriedade, não de emancipação, por conseguinte.
Uma última nota: o Director da Cia produziu um testemunho em que reafirmava pela enésima vez que o líder da Al-Qaeda está vivo e cercado, enquanto funcionários seus, sob anonimato, expressaram a convicção de que se encontra morto. Não era preciso terem gasto tanto dinheiro com a Agência, se mo tivessem perguntado eu, fundadamente, teria podido assegurar que era uma dessas duas condições possíveis a do fugitivo. Estes espiões ainda são piores do que os astrólogos de que falava Voltaire, um dos quais previra que certo bebé chegaria à idade adulta, enquanto o outro opinava que ele estava para morrer: ao menos um dos dois estava sujeito a errar!

O Bloguista Técnico

Imaginem só, como a desvergonha não tem limites, hoje vou abalançar-me a escrever sobre Economia! Ou melhor, sobre a auxiliar dela que é a língua. Há muito que desconfiava, mas esta dúvida do Prof. César das Neves fortaleceu-me a convicção de que na degradação do termo técnico tudo está ligado. Ainda admitia que a Recessão Técnica fosse uma categoria amplamente constatada e teorizada pelos Académicos. Um dos mais Ilustres vem agora desenganar-nos, dizendo que ela surgiu dos títulos da Imprensa, o degrau imediatamente acima do Nada.
Ora, o que vos proponho é o percurso de perda do estatuto técnico. Talvez tenha começado com a consagração profissional Engenheiro Técnico, considerado um grau de habilitação não tão dilatada com o Engenheiro tout court. Mas para o inconsciente colectivo não chegava, por estar associado a actividades profissionais estimáveis. Veio então o Futebol, começou-se a dizer de uma equipa que não conseguia grandes resultados, apesar de possuir jogadores com dotes, que tinha muita técnica, mas... pouco ou nenhum rigor. Isto sim, já começava a entrar na cachimónia da gente. E eis que surgiu a gota de água, o Inglês Técnico com que o Sr. Sócrates terá, por correspondência, acabado o curso. À primeira vista pareceria um segmento linguístico que não é dominado por todos. Mas tanta conversa sobre a insuficiência de certificações para a assunção de uma categoria profissional, outra coisa não fez do que inculcar a ideia de que se tratava dum pedaço do idioma mais rasca, "não tão inglês como o resto".
Que admira pois, com a criatividade dos Gentlemen of the Press, que se denomine assim uma recessão que não (se sabe se) é tão recessão como a "pura", resultante da avaliação de um ano? Para mais, sendo a que não precisa de ser caucionada pela análise de reputados professores de Economia.

O Altruísmo e o Moral

Fui jantar fora, no que fiz triplamente bem: ao espírito, porque foi em Excelente Companhia; e ao estômago, já que lhe dei melhores tratos, apesar de tudo, do que com os meus cozinhados, ao mesmo tempo que lhe poupava uma úlcera, proporcionada pelo afundamento da Selecção, contra os nossos Irmãos Brasileiros.
Não vi o jogo, não posso comentar-lhe as incidências. Mas consigo perfeitamente ver que as intenções depositadas neste jogo a feijões, de recobrar o ânimo de uma equipa que vem metendo não os pés pelas mãos - que seria desejável, segundo as regras do jogo -, mas o contrário, fracassaram sem apelo e só podem afundar ainda mais a confiança.
Tenho receio é de que se gere um sentimento de Volta Scolari, estás perdoado e que o venham a contratar de novo. Sou firmemente contra qualquer regresso à função, independentemente dos êxitos ou falhanços. Esta recuperação piedosa de seleccionadores já tem triste expressão com o Prof. Queiroz e o zero absoluto dos objectivos seniores cumpridos. O Presidente da Federação não compreende que o criminoso voltar ao local do crime é resultado das debilidades psíquicas e morais do próprio, não carece de ajuda patronal. Que o Chelsea nos ajude!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Erro de Casting

A substância do assunto é-me completamente indiferente. Mas não o é a inadequação de um intérprete de James Bond que opina sobre o apelo sexual de outros homens, como também acho alguma graça a que um emproado que se fartou de fazer campanha para ser considerado o nº1 tenha visto as voltas trocadas. Este saloio do Kentucky, o tal Jorge Clone, merece total desaprovação, quer por continuar a enganar muitas Amigas minhas, quer por não aguentar com aplomb um nozinho de pano no pescoço, o que, suspeito, o tornaria inadequado para a posição cobiçada. O Povo (People) decidiu. Vox populi, Vox Dei...

A Dita Dura Verdade

A Ditadura é Instituída Para Situações de Crise, de Augustyn Mirys
Devo dizer que não culpo qualquer um dos que não viram ironia nesta frase. Dizia Schlegel que a Ironia é a forma do paradoxo e, aqui, de paradoxal, nicles! Não só porque parece evidente que com a rotina democrática nada se resolve em momento de dificuldade, como por a Ditadura ter sido uma instituição genuinamente democrática, da Roma Antiga, uma magistratura comissarial de curta duração para trazer ordem a onde só havia caos. Por isso me oponho a ambas as formas deste mesmo regime, seja o cheque em branco numa etiqueta, seja o endossar dele a um indivíduo, sem perspectiva de durabilidade, ou vigilância superior, que é muito diferente da tirania da popularidade para os demagogos se exercitarem de quatro em quatro anos.
Mas, lá está, quem é que podia descobrir ironia na saída tão comentada? A não ser em considerar a suspensão coisa estranha ao conceito de Democracia...

De Costa às Costas

Este Enigmático Troll da Ponte lembrou-me o Dr. António Costa. Por causa da sua iniciativa em intimar o Ministro Lino, o das definitividades provisórias, a alterar a nova via suspensa em aspectos vários. Indo à substãncia da questão, não vejo que a altura fizesse grande mossa. Estou cansado de ler prevenções arquitectónicas contra travessias aéreas deste jaez e o resultado, invariavelmente, até beneficia a paisagem, veja-se por todos o caso da de Alcântara, para além de a amplitude da bacia do Tejo me parecer aguentar bem este novo elemento, mesmo se as imagens do projecto me sugerem as de um duplo da Vasco da Gama. Biologicamente poderá ser lesiva para o rio, mas não é disso que o Edil alfacinha trata.
O problema dos acessos já entendo. Quanto ao percurso que faça, as alterações têm alguma lógica, numa zona um tanto atravancada. Mas surgem-me umas certas dúvidas sobre a vantagem de a entrada se fazer em túnel, não só pela conhecida propensão sísmica da região, como porque a cidade, de tanto esburacada que vai estando no subsolo, qualquer dia apresentar dificuldades a expansões futuras do Metropolitano.
E chegamos ao essencial, quer dizer, o enigma do estardalhaço com que o Presidente da CML divergiu do Governo que já integrou. Numa altura em que este começa a suscitar vagas de contestação, por enquanto ainda localizadas, mas de dimensão, o facto de, como rezava musiquinha do meu tempo de menino e moço, a ponte ser uma passagem para a outra margem não configurará a demarcação que preserve popularidade e constitua alternativa? Com esta desconfiança a inundar-me, compreenderão que não haja intitulado o postalinho "De Costa a Costa". E daí...

Ratice, Precisa-se!

Para começar hoje com ligação ao que ontem encerrou, devo dizer que me parece bem necessário recorrer a outro método para expulsar esta rataria, já que a Música de hoje em dia pode suscitar muitas reacções, mas não propriamente encantar, que é o que se pretende fazer aos ratos. Mesmo se os seus intérpretes se mostram aptos a continuar a cativar a Miudagem. Também não me agrada a hipótese do veneno, pois, para além do risco de matar bichos inocentes, sabendo-se o quão peçonhenta é a sociedade actual, já deve ter levado os roeores a segregarem anti-corpos. Resta a maneira mecânica, esperando que a vontade da comunidade seja suficientemente forte para suportar tanto corpo de bicharoco apanhado; e que eles não hajam aprendido com a experiência ancestral...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Os Vapores Dum Ratão

Dia do aniversário oficial de um rato muito famoso, por ter sido a 18 de Novembro de 1928 que foi dado ao Público este filminho sonoro por Mickey protagonizado. Nesta altura ainda apresentava traços diferentes do que se veio a tornar: o engenho com que respondia às dificuldades era diferente do absoluto domínio de si e das situações que, mais tarde, sobretudo na BD, viria a ser a sua imagem de marca. Como a emotividade arrebatadora, alfim devidamente morigerada e uma forma de reacção incompatível com o posterior carácter certinho, conforme comprova a atitude deste para com os animais, visível na justificação dos meios pelos fins, como na produção de música à custa da bicharada, especialmente numa originalíssima invenção da pianola que nos é sugerida.Tenho, porém, para mim que o èxito desta criação, a que sempre preferi o muito mais humano Pato Donald, vive muito da recalcadíssima aspiração da nossa espécie a conseguir desenvencilhar-se de dificuldades com a facilidade de um desenho animado, sem as contorções e esticadelas de muitos deles. Quanto à imagem, há a considerar esta incrível antecipação de 700 anos, descoberta numa igreja austríaca, que se julga ser uma representação de S. Cristóvão através do texugo ou doninha que, frequentemente, o simbolizavam. Também aquele gigante conhecido por Réprobo se transformou em coisa mais perfeita, ao contrário de outros metamorfoseados do nome.
Mas por muito que a publicidade da Companhia Disney queira, o rato que transformou o Mundo foi, isso sim, este.