sábado, 22 de novembro de 2008

Cantar o Feminino?

A canção mais anti-feminista de sempre?
«L´Esclave», na voz de Serge Lama.

7 comentários:

Safira disse...

Caro Paulo,

O Serge pode cantar tudo o que ele quiser, que seja antifeminista ou não, pois tudo lhe será perdoado.
Um beijinho

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Safira,
também gosto muito.
A minha provocação não apontava para qualquer engagement,mas para os pressupostos da letra, com a progressiva vontade de agradar em estado de subjugação na escrava bizantina que parecia já ter ido bem longe nessa dependência, no fim de contas o que alguns julgam um traço indissociável da Mulher, pese às circunvalações das carreiras e mudanças de papel social, como, da perspectiva oposta, ao Império da Sua Fascinação.
Beijinho

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

:-)

ainda ontem estive a ouvir!...

"Dans un harem byzantin
Où pour trouver le paradis
Je m'étais déguisé en chien
Une esclave m'a dit :

Moi je voudrais des perles lourdes
Des perles noires des émaux
Être muette et presque sourde
Pour que tu me berces de mots
Des mots qui ressemblent à la mer
Des mots où l'on voit à travers
Des mots d'amertume et d'amour
Des mots tendres et des mots lourds
Moi je voudrais des chambres pleines
Où je m'étendrais toute nue
Cerclée de chiennes et de chaînes
Buvant des boissons inconnues
Des boissons de vie et de mort
Des coupes pleines à ras bord
Où poser mes lèvres mouillées
Sur des sofas agenouillée
Moi je voudrais un noir esclave
Aux dents blanches fortes et cruelles
Qui partagerait mes entraves
Et qui m'emmènerait au ciel
Dans la moite langueur du soir
Moi toute blanche lui tout noir
Il mordrait mon corps en rampant
Avec des lenteurs de serpent

Moi je voudrais être une fille
Qu'on épuiserait de plaisir
Derrière des vitres et des grilles
Jusqu'à dormir jusqu'à mourir
Sous mes paupières violacées
Tu vois je n'ai qu'une pensée
Être une femme pour de vrai
Une vraie femme s'il-te-plait"

eu acho que faz parte do jogo de sedução :-)

beijinho, Paulo

beijo, Paulo

Paulo Cunha Porto disse...

Eu também acho, Querida Júlia. Mas a falta de humor das queimadoras de sutiãs quer erradicar esses jogos, que dão por aviltantes...
Beijinho

Safira disse...

Aproveitando a gentileza da Júlia, que colocou aqui a letra, sinto-me inclinada a acrescentar o seguinte: a escrava pretendia apenas elevar-se ao estatuto de Mulher tout court. Não vejo o que tanto choca as feministas que a mulher se assuma como ser carnal e encontre prazer nos jogos mais diversos. Com certeza que não comprometerá a sua essência. Nunca fui muito próxima das feministas: é bizarra a ideia de queimar sutiãs quanto mais não seja pelo mal que faz à coluna andar assim, a desafiar alegremente a gravidade. E as estrias, passados uns anos? Não pensaram nisso, pois não? Como forma de afirmação, acho que foi extremamente parva. Nunca fui muito amiga das moças. Na verdade, acho que o mundo piorou bastante para as mulheres, e que a suposta igualdade de direitos não se adquire senão com a masculinização da mulher e a sua submissão a ritmos que não são os seus e tudo para que consiga integrar-se no mundo desses homens, que mandam abaixo e depois tão avidamente pretendem imitar.

Safira disse...

Esqueci-me do beijinho da praxe, as minhas apologias.

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Safira,
fala como um Livro Aberto. A fala da escrava era apenas no sentido de ser quer desejada, quer possuída, como Mulher e não coisa. Mas esta evidente mensagem, que até deveria ser cara às "Libertadoras", é-lhes desagradável pelas sujeições ocasionais que se divertem em encontrar, como pela comformação em agradar que policiam à exaustão.
Umas cabecinhas obcecadas.
Beijinho