Tenho como certo que a Política Externa americana não irá mudar, com a eleição de hoje. Mesmo a retirada do Iraque é algo que a actual Administração já programou, embora com calendarização menos apressada do que a que o Senador Obama defende. No que toca ao Irão e à América Latina, aposto como não haverá alterações, ao ponto de o favorito presidencial chegar a sugerir a manutenção do Secretário da Defesa em funções e de se apresentar de Powell ao lado. Por isso devemos buscar as atitudes expressas por Teerão e por Chávez na raiz psicológica da demonização que empreendem. Quando o regime da República Islâmica diz da Federação Americana ser, globalmente, o Grande Satã, encontra-se um corolário esperado na indiferença perante a pugna eleitoral de hoje. Ao contrário, Chávez, porque canalizou toda a sua pitoresca diabolização contra Bush, opta claramente pelo parlamentar do Illinois, ao ponto de chegar irrealisticamente a manifestar esperanças de que ele revogue o embargo que só prejudica inocentes e o Papa João Paulo II, em devido tempo, condenou. A mim, o que parece mais estranho é tanta fé depositada num político que vai fazendo tudo para se vender como um novo Kennedy: é que foi precisamente este que ordenou o bloqueio!
terça-feira, 4 de novembro de 2008
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15 comentários:
É difícil saber quem é quem - em toda parte do mundo...
A menos que ocorra um efeito Bradley de última hora ou que muitos inquiridos tenham mentido para as sondagens, Obama será o futuro Presidente dos EUA. Não me lembro de ver um candidato com tantos apoios declarados, com destaque para a imprensa, quer a local quer a estrangeira, incluindo a tuga.
Estou enjoado desta forma de fazer política “showtime”, por isso limitei-me a acompanhar qb. a campanha. Não vi nenhum dos debates, mas aparentemente não perdi grande coisa. Não são mais do que reprises das eleições anteriores.
O que me preocupa verdadeiramente são as consequências da Obamamania para a Europa. Pelo que tive oportunidade de ver e ler a campanha de Obama foi orientada para as questões internas e as referências à Europa não passaram de notinhas de rodapé. Que vai continuar a pedir o apoio militar europeu tanto no Iraque (menos!?) como no Afeganistão (mais) afirmou-o claramente. O que ficou de fora foram as relações económicas com a Europa. Sem a recuperação económica dos EUA e o consequente aumento do consumo interno é praticamente impossível a retoma sustentada das exportações europeias. E o mais preocupante é o lado proteccionista de Obama, o que equivale a mais e maiores taxas alfandegárias e a um aumento dos subsídios ao sector agrícola norte-americano. A Europa deixa de ser competitiva e os EUA vão intensificar as suas relações comerciais com os parceiros do continente americano.
Espero estar completamente errado.
Abraço.
Na política a m**** ainda é mais igual e nem as moscas variam muito;
De qualquer maneira, se Obama ganhar e tiver tempo de aquecer o lugar por lá, pelo menos a nível interno muita alguma coisa vai mudar por lá, a nível das mentalidades.
Eu votaria nele, nem que seja por ter muuuuuuuuuuuito meeedo da Sarah Palin.
Também eu acho que vai ser um "tudo como dantes" no que à política externa respeita: muitas decepções sofrerão os que pensam mudanças gritantes nesse domínio- a ver vamos.
Beijo
"Ich bin ein Hollywood stern".
Não digo nada de novo ao escrever que existem quer fundações, quer estrutura de base, para a posição dos EUA, dentro e fora de portas.
Obama é, na verdade, uma grande incógnita, daí a reserva dos mais conservadores.
Existe, também, a questão racial.
Será um nadinha estranho, para todos, uma família afro-americana (ai o subterfúgio...) naqueles que foram os domínios da corte dos WASP Kennedy,p.ex. .
Novos tempos, melhores tempos? Deus queira.
Enfim, se, como parece, o cidadão se alcantilar à Casa Branca, que seja realmente tão bom como o pintam e que faça o melhor que puder.
Pela América e, já agora, pelo resto do mundo que precisar.
A ver vamos...
Você disse uma palavra perfeita para caracterizar a América Latina: pitoresca.
A América Latina é pitoresca. :)))
Um beijo
Querida Marília,
mas faz-me confusão que o Presidente Venezuelano não tenha tido presente a autoria daquela forma de pressão...
Meu Caro Mialgia,
antes do maus, grande imagem de identificação!
Depois, acompanho a Sua preocupação quanto ao programa obamiano. Estou particularmente perplexo perante as intenções fiscalistas do candidato. Já disse tudo e o seu contrário, ultimamente parece ter-se fixado na redução para as famílias de classe média e aumento dos que incidem sobre grandes empresas. Ora, num cenário de estagnação...
Querida Gi,
eu tenho boa impressão do Homem, como, aliás, de McCain, o que é coisa rara em presidenciais americanas. Mas não auguro coisa boa a uma presidência dele e acho que os adeptos europeus vão ser os mais desiludidos.
Querida Cristina,
até porque a República Imperial, como gostam de ser qualificados, tem exigências estratégicas de maior permanência do que as energências da volatilidade eleitoral.
Querida Patti,
tem todo o ar e o culto...
Querida Margarida,
Kennedy não seria WASP - white, anglo-saxonic e PROTESTANT - já que era Católico (Irlandês). Mas a questão religiosa é importante e pouco abordada. Se, como se pensa, Obama ganhar, amanhã farei postazita sobre o tema.
Querida Marie,
eu não ia além do apodo de Diabo de Chávez a Bush! Não me indisponha com todo um subcontinente, Seu Diabinho!
Beijinhos e abraço
Paulo, muito bem dada, a 'palmada'.
Não me recordei desse "detalhe"; o que queria dizer era "rosadinhos, de olhinhos azuis e anglo-saxãos"...
A religião, em detalhe, seria de somenos (não é, mas não vamos aprofundar agora).
Pronto.
Beijinhos agradecidos pela nota.
É verdade, não se pode se indispor com o Chile. Com o resto não há problema algum. Marie diz: é pitoresca, sim. :)))))
Pus lá o seu Dom Quixote. Sei lá que eu se ficou bom. Depois me diz se ficou pitoresco. ;)
Beijos
Partilho da mesma opinião lá no meu cantinho, caro Paulo. Há foguetes a mais para uma festa mexeruca.
Caro Paulo,
Acerca do meu boneco: trata-se de uma singela homenagem a um velho Companheiro de Aventuras da minha infância e adolescência e um dos grandes responsáveis pelo meu vício da leitura.
Abraço.
Querido Paulo, compreendo que não và à bola com o Obama, mas no que diz respeito a contradições no programa de acção para combater a crise pede meças ao McCain que esse sim a meu ver tem sido um autentico catavento. A minha "candidata" era a Hillary, estou expectante sobre o que o homem vai fazer.
Beijinho
Obama ou McCain, qualquer um será uma benção depois de Bush. Aposto em Obama, como tenho dito, por me parecer que a sua eleição pode redimir a imagem de uma América retrógada e preconceituosa, que Bush ajudou a cimentar ainda mais.
O que ele fará depois, se for eleito? Não sei, mas que melhores garantias dá McCain a nós, Europeus?
Bjs
Meu Caro Carlos,
vou já de seguida falar do desfecho. Note-se que sempre defendi Obama, acho é que estão muito indefinidas algumas das opções de governação e são perigosos caminhos como o de mexer na tributação, na crise que corre.
Meu Caro Mialgia,
com essa homenagem, o Amigo solidifica a personalidade blogosférica, de uma forna tangibilíssima, a da genuinidade do reconhecimento afectivo da dívida cultural.
Querida Ariel,
nada de levantar falsos testemunhos! Sempre disse que simpatizava com Obama. O que não implica que lhe não escrutine as propostas sectoriais, é cosa que faria com qualquer outro.
Querida Ana,
ele foi eleito presidente ´na América, o que importa é o que possa fazer para recuperar a Economia de lá, que sentiremos, como que em ricochete.
No aspecto fiscal McCain defendeu no Senado o que eu penso ser correcto: cortes sim, mas menores que os que Bush fez. Eu acho que a medida certa teria sido um terço do que foi. No Fututo imediato, não onerar mais as empresas, ou o crescimento (e o aspecto crucial do Emprego) desabam,
Beijinhos e abraços
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