
As entradas são excelentes, o vinho agradável e quem nunca comeu Moussakas não sabe o que perde. Mas é de evitar a todo o transe a mistela que é dada como café. Peçam do nosso, que tambem o há.
Quereis uma revolução? Invocai os três ingredientes que nunca lhes faltam: a loucura, a maldade e o sofrimento. A loucura dar-vos-á máximas de justiça; a maldade, os executores; o sofrimento, um povo. Rapetti
Um cavalheiro chamado Michael Renfro depositou em juízo uma acção cível contra os sucessores de Magritte, pedindo uma indemnização de quinze milhões de dólares pelo que considera ter sido uma apropriação ilegítima da sua imagem em O Filho do Homem, acima, com a aparência de uma maçã colada à cara, sustentando que a arte do grande Belga se resumiria ao foto-realismo e que poderia tê-lo captado nos anos 1960´s, em Bruxelas, quando lá estivera, a comprar um coco e um sobretudo.Não conheço a petição incial elaborada pelo ilustre mandatário do Autor, mas seria caso para ter invocado o quadro ao lado, em que a negação ganharia um alcance mais lato do que aquele que os críticos reconhecem, o do truísmo desvanecido que lembra não ser a representação pictórica o próprio fruto retratado.
Todavia, não parece poder ser-lhe dado ganho de causa. Provou, com esta iniciativa, ser um verdadeiro maduro e o vegetal que lhe serve de rosto está tão verdinho como aquele que ficou imortalizado na tela, um caso biologicamente muito problemático de conservação.
Das duas uma, ou lembrando-se do isco lançado pela Cobra a Eva, tentou dar uma dentadinha no que lhe proporcionaria a imortalidade, pelo minuto de fama que os Media lhe concederam, ou como comensal (a)bancando, noutra chapa célebre do mesmo objecto, As Belas Realidades, experimentou conferir-se alguma participação no Belo. Num e noutro caso seria tentar tomar o Desejo pelo Real. E Magritte teria gostado disso.
Mas a controvérsia levanta uma lebre que merece exame: a fama de burras das pobres Mulheres com o cabelo mais claro. Eu estou em crer que ela advém em grande parte das personagens de Marilyn Monroe, uma das quais diz expressamente que os homens não gostam de Miúdas muito inteligentes e cultivadas. Claro que a burrice está nos que não temperaram essa patente boutade com as garantias de Wilder e muita Crítica, segundo as quais, para dar credibilidade àquela figura. MM comprovava ser uma actriz muito inteligente.
Outra hipótese seria a relativa raridade da lourice originária levar muita Senhora a pintar o cabelo e isso ser dado como sintoma de miolos em déficite. Também não sigo por aí, porque isso, Nelas, é como em nós deixar crescer um bigode, ou uma barbicha, até podendo passar por saudável sintoma de não estar demasiado satisfeitinho consigo.
O que me leva a outra razão de espanto - a de não ter sido o teclado associado ao que me pareceria mais óbvio, uma opção partidária ou sexual, que as há simbolizadas por tão doce cromatismo. É a injustiça de ligar a falta de intelecto a características não-escolhidas que nada revelam, em vez de o conectar com opções que estão na disponibilidade da parte, resultando de um processo mental, mesmo que diminuto, para muita gente.
Ainda bem que o Benfica já se deixou destas alternativas!
Ora, o que me faz espécie é que o próprio Duce tinha sido um dos supliciados pela politiquice paterna, o seu nome próprio era devido ao revolucionário Mexicano Benito Juarez, pois o pai admirava-o, como socialista radical anarquizante que era. Ou seja, estes dedicados fãs estão a cultuar, isso sim, um ideário que o seu ídolo renegou. E Rachelle, nome belo mas de ressonâncias hebraicas, também não sei se agradará, ao menos à facção entusiasta da aliança com os hitlerianos...
Só falta a estátua do subversivo da América Central a fazer a saudação romana. Mas há pior, com a sede de tostões que grassa no nosso País, não tarda estão a tentar estender o prémio a toda a União Europeia. E, se obtiverem ganho de causa, não demorará a termos uma geração inteira benitificada e rachellizada...