terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Vi(d)as Paralelas

À Esquerda, a forma como Valença viu a política democrática em 1925. Cliquem para aumentar e notem, por obséquio, a impressionante coincidência com o diagnóstico que a Ana Vidal exprimiu no comentário a este postal, mas que a muitos mais de nós ocorreu. E depois venham dizer que o problema está nos homens do momento e não no regime de partidos...

12 comentários:

Anónimo disse...

É discutível, Meu Caro. Eu prefiro pensar que o regime de partidos, embora actualmente não me reveja em nenhum - por causa das pessoas -é o que melhor serve.

E quem nos garante que com um regime sem partidos isto não sucederia? Se sim, porquê?

Abraço.

Anónimo disse...

Correcção: "Se não, porquê?"

Anónimo disse...

Sou eu outra vez! Esqueci-me disto: o boneco está fantástico!

Luísa A. disse...

A imagem diz tudo, Paulo. Mas concordo com o Mialgia no sentido de que o mal não está nos «esquemas» criados pelas pessoas mas nas próprias pessoas. É, infelizmente, por causa delas que, como dizia Karr, «plus ça change, plus c’est la même chose».

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Mialgia,
num regime de nomeação régia ou num de eleições pessoais - e não já partidárias - poderia acontecer, porque qualquer ser humano se pode enganar acerca de outro.
Num regime de partidos acontece forçosamente, porque fomenta o tipo de ambição que se encontra nos falhos de escrúpulos, incitando-os ainda que inconscientemente com os encobrimentos das cumplicidades do emblema, ou com a convicção de que as responsabilidades se dissolverão no conjunto ao ponto de não serem exergáveis.

O problema, Querida Luísa, é que neste sistema teremos sempre pessoas destas a vencer. E ao contrário da responsabilidade individual, o superior interesse do regime pluripartidário branqueia tudo. Chirac contra Le Pen - "entre o escroque e o facho, elejamos o escroque", lembra-Se?
Beijinho e abraço

Maria de Fátima Filipe disse...

Querido Paulo, julgo que percebo o seu ponto de vista, só não percebo como é que ele poderia ser levado à prática sem se cair em caudilhismos que acaba por urdir e desenvovler uma corte de interesses à sua volta bem pior que o regime de partidos...

beijinhos

Anónimo disse...

Portanto, Paulo, resume-se tudo a uma questão de probabilidades. Não me convence. Estou a ficar céptico. Deve ser da idade...

Abraço

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Ariel,
Caudilhismos? Va de retro! Isso são metamorfoses ocasionais dos sistemas de partidos, com a preponderãnca de um, em vez da partição do bolo.
Digo como - nas pastas soberanistas (Defesa, Estrangeiros, Justiça, etc.) nomeação Régia livre com audição das representações regionais e profissionais. Quanto às áreas sociais (Saúde, Educação, Transportes, Obras Públicas...), descentralização radical nos municípios, com eleição nominal, não de siglas partidárias. Os partidos, o mal primeiro, ilegalizados e, até, criminalizados. Tudo entraria mais nos eixos.

Meu Caro Mialgia,
mas não são as probabilidades que regem a nossa vida? Afastamo-nos da beira do abismo por haver mais probabilidades, lá, de nos despenharmos, ou não será assim?
Erradicar a possibilidade de corrupção, quanto à espécie Humana, só matando tudo e fazendo novo...
Abraço

Anónimo disse...

Caro Paulo,

Não se esqueça que vivemos na Tugalândia :-)

Não deixa de ser uma discussão interessantíssima que merece muito mais que os meus meros bitaites.

Abraço.

Anónimo disse...

Caríssimo Amigo Paulo:

Aproveito um pequeno interregno para Lhe vir dar um abraço a esta Sua Casa que muito aprecio e estimo, e dizer-lhe que estou plenamente de acordo Consigo na explicação que o meu Caríssimo Amigo deu ao Caro Mialgia, alguns comentários atrás.

A política, então numa res-publica, que não será «da cousa pública», mas ao rés do público mais baixo - como num rés-do-chão - é efectivamente, como escreveu a Ana, a Cloaca Maxima não só do mundo dito moderno (e tristíssimo) em que vivemos, mas de todos os tempos. Só que agora a ignomínia alastrou-se com as respúblicas, à falta de suseranos que lhe ponham cobro. E parece-me, cada vez mais, que a DEMO-cracia não será (nem nunca o foi) o «governo do povo», mas sim do... Demo.

Razão tinha Platão para a considerar o segundo pior sistema político...

Grande abraço.

Maria de Fátima Filipe disse...

Querido Paulo, mas com a nomeação nominal para os municipios acha que já estariamos ao abrigo de oportunistas e arrivistas...? e o populismo para mim a pior forma de fazer politica teria muito mais acolhimento por esta via...,

beijinho

Paulo Cunha Porto disse...

Como digo, Querida Ariel, isso só extinguindo a Espécie. Mas, banindo os partidos, eliminar-se-iam os principais meios de encobrimento das falatruas, como as razões de votar que não dissessem respeito à apreciação dos candidatos, independentemente de camisolas partilhadas.
Onde é que a partidocracia moderou o populismo?
Beijinho