segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

De Saco Cheio

Posted by Picasa

Tenho de dizer que, no affaire Pardon, estou totalmente pelo lado da Carla Bruni, ao pretender encher o saco de euros, para os doar à Caridade. Não só porque o fim é bom, como porque acho que Ela foi alvo de um insulto duplo. Não estaria tão certo, caso a sociedade da Reunião que lhe estampou o nu se tivesse ficado por tal ousadia. Parecer-me-ia, então, que espremer os direitos de imagem não honra qualquer estrela, como a que, por razões várias, a bela Italo-Francesa se tornou.
Todavia, a frase, combinada com o nome da firma, é acintosa, ao ponto de degradar gratuitamente a percepção do matrimónio dela com o Presidente, coisa que merece sanção dura. E, para cúmulo, o dono da empresa que conseguiu esta publicidade de sonho, veio, com uma justificação seráfica, invocar em seu favor outra, em bem mais dúbio sentido, a da Primeira Dama. O que, sob a capa da inocência igualizadora, é evidente jogo de significações ofensivo, como na anedota com barbas paternatalícias, em que um bem intencionado orador saudava o eminente Homem Público e a sua distintíssima esposa, também de todos conhecida como notável mulher pública...

9 comentários:

margarida disse...

You're absolutely something else...

ana v. disse...

Uma vergonha, o aproveitamento.
Ela faz muito bem em processá-los, mas a publicidade está feita e o processo só irá aumentá-la. O espertalhão dará por bem empregue cada franco gasto em tribunal. Sinais dos tempos.

Patti disse...

É revoltante, mesmo!

Imaginem agora, se o dono da empresa vivesse no tempo do Rei Sol? Ficava milionário, com tanta dama disponível e com sede de protagonismo a pousar para a sacaria.

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Margarida,
"For Your Eyes Only"...

Querida Ana,
essa é a parte que me irrita. Um confiscozito como pena acessória faria um servição. Sem o substrato da marca promovida, o espertalhaço ficaria desasado.

Querida Patti,
estás a imaginar as Damas da Corte todas com peças de toilette em que figurasse a Marquesa de Montespan como veio ao Mundo e uma Missa Negra celebrada sobre ela?
Beijinhos

Patti disse...

Acabei noutro dia de ler "A Alameda do Rei" de Françoise Chandernagor e asseguro-te, que desde a Marquesa de Maintenon à criada que despejava os bacios, todos gostariam de figurar num saquinho destes!

E se estou a imaginar?
Ai não, que não estou, querido Paulo.
Oh p'ra mim em Versailles a vê-las passar!

Mike disse...

Está mal! Muito mal. E como diz a Ana, e bem, depois do mal estar feito, dificilmente a punição é na mesma proporção. Mas devia!
Abraço.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

não se pode ser tolerante, há logo quem abuse...
nojento.

beijinho,Paulo!

Gi disse...

Querem ver que tenho que arranjar um saco cheio de maionnaise para o PCP me começar a tratar por tu?

Quanto a este Senhor: arrecadado está o bocado, pois que enquanto o pau foi e veio folgarm as costas.

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Patti,
pois, não sei é se a mensagem que acompanha seria tão igualmente apetecida...

Meu Caro Mike,
como Expert bem sabes que quanto mais se mexer, mais o espertalhaço ganha. Mas não fazer nada também é desaconselhável...

Querida Júlia,
por isso dizia o Bernanos que para a tolerância havia casas próprias...

Querida Gi,
não seja por isso, com todo o gosto!
Entretanto, uma maionesezita não era nada mal aparecida, não senhor.
E sim, há que congeminar maneira de eliminar essa folga que lhe deu tanto folguedo.
Beijinhos e abraço