sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um Homem Não é de Ferro?

O Nascimento de Vénus, de Alexandre Cabanel
Não posso estar em desacordo com esta medida, afinal nem os ginecologistas nem os especialistas na obstetrícia são uns anjos. Mas então, os profissionais de saúde que assistem não devem passar a ser chamados vigilantes? E não acarretará o risco de afastar Mulheres carenciadas de tratamento que ainda experimentem uma concepção exarcerbada do Pudor, mesmo que estejam perante auxiliares do seu Género? Além disso, as acusações abusivas não poderão reconverter-se, deixando a estigmatização do assédio para assentarem no arrastamento para uma orgia?
Nada é seguro, nada é seguro! E se não há anjos neste campo, pode haver anjinhos.

23 comentários:

Pedro Barbosa Pinto disse...

Na notícia do Correio da Manhã - “Um ginecologista condenado por crimes de abuso sexual a utentes do sexo feminino…” - detecto um pleonasmo vicioso, ou estaria o jornalista a pensar no recente parto de Thomas Beatie?

Já no noticiário num canal televisivo fui informados que o médico em causa "usava o pénis para colocar uma pomada no útero da paciente".
Mas afinal ele foi acusado de assédio sexual, ou uso de instrumento não autorizado para a função?

Anónimo disse...

Ao começar a ler este post, e antes de chegar ao fim, ocorreu-me exactamente a sua conclusão, caro Paulo.

Para me tranquilizar, diga-me que não tenho uma cabecinha perversa...

Abraço.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Paulico,

Por estranho que pareça, não tenho razão de queixa de homem ginecologista. Ao contrário, já quase estive para avançar com uma acção contra uma profissional desse sector que é mulher. não fose ela prestar-se ao papel de pedir clemência :-)

Luísa A. disse...

Muitas práticas médicas ainda sugerem obscurantismos medievais, Paulo. E as ginecológicas contam-se entre as piores – julgo eu - como, de resto, todas as que são um pouco «intrusivas», por assim dizer. Já devia ser possível examinar e tratar através da roupa e da pele, sem aparato, nem dor. Ele há coisas tão chatas! ;-D

margarida disse...

Nota azul: o quadro é belíssimo…

Nota roxa: O sucedido é uma infâmia. Estou nauseada. Semelhante criatura tem de ser imediatamente irradiada da profissão. Chega de barbaridade!
A Ordem dos Médicos devia ter vergonha do que permite com o seu ‘sacudir a água do capote’. Alguém, algures, tem de impedir legalmente que tal elemento se mantenha em funções.
Se não todos (utopia I), pelo menos médicos, professores, advogados e membros do clero têm de ser impolutos (utopia II)!
Não há discussão, atenuantes ou escusas.
Estou furiosa!!

Anónimo disse...

Off topic

Cara Margarida,

A menina estraga-me com mimos :)

margarida disse...

"Mialgia" dear, you deserve it...
:)

Patti disse...

Eu sou sincera, tenho mais medo dos enfermeiros com a seringa em riste para me tirar sangue e aí há cada energúmeno, que de qualquer ginecologista.

Também compreendo o receio, apesar de não o ter e concordo com a medida. Quantos casos existirão deste tipo - não agora - mas num tempo em que quase todos os médicos ginecologistas ou obstetras eram homens? No tempo em que as mulheres ainda se calavam…mais do que agora.

O número de homens ginecologistas tem vindo a diminuir, pensasse mesmo que daqui a alguns anos não restará nenhum, porque nós mulheres temos procurado cada vez mais médicas em detrimento dos homens.

O que não me deixa de surpreender, pois se hoje estamos cada vez mais descomplexadas, se assim posso chamar, não nos deveria ser indiferente o facto de consultarmos um ginecologista e não ligarmos se é homem ou mulher?

E contra mim falo, pois prefiro uma médica. Incongruências minhas.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

também temo mais as enfermeiras...

só tenho a dizer bem dos médicos, mas acontece que há sempre uma enfermeira que não me deixa dormir. há honrosas excepções...

Paulo Cunha Porto disse...

Ahahahaha, Meu Caro Pedro Barbosa Pinto, o pleinasmo é de antologia. E a Sua boutade, idem aspas. Claro que o clínico poderia sempre afoptar a linha de defesa de que a aplicação deveria ser feita com o dedo que fosse mais hábil... ficando a instância julgadora numa situação nada facil para indagar da correspondência à verdade da argumentação...

Meu Caro Mialgia de Esforço,
seríamos então dois, os tarados. Não tenha dúvida de que há muita alegação falsa, seja para abichar umas massas de indemnização, ou por mera fixação em crer interesses sexuais despertados por queixosas. Conheço um caso (embora clínico geral), por quem ponho as mãos no fogo e que passou as passas do Algarve.
Mas claro que não se pode partir do princípio que assim é, o que seria injusto para as Mulheres efectivamente abusadas.

Querida Júlia,
vou ser muito, muito, mauzinho:
resta saber de qual dos momentosm o de mexer ou de implorar, ela tirou mais prazer...
Eu avisei!

Aí sim, Luísa, poderíamos estar perante um Brave New World sem ironia. Quanto à figura do Ginecologista no imaginário dos leigos, um arqúétipo dos terrores todos está no filme com Jeremy Irns «Irmãos Inseparáveis» e dos instrumentos técnicos para orgãos mutantes, lembra-Se?

Querida Margarida,
claro que o caso é repugnante. Mas não convém perder de vista quem será o responsável...
Questões difíceis e que, pelo que digo no texto não apresentam soluções promissoras.

Olha, não fosse o "off topic" que me fez navegar, pensaria o Amigo Mialgia desvelando-Se um pouquinho...

Querida Patti,
claro que com as orientações sexuais alternativas à rédea solta, o risco continuará a ser elevado. Mas reconheço que, pela natureza dos contactos e até, normalmente, das forças dos intervenientes, os traumas resultantes possam ser diderentes na intensidade.

Querida Júlia, está a dar achas para a fogueira da fantasia sexual de muito macho... (não eu, garanto).
Beijinhos e abraços

fugidia disse...

:-D
Ora, eu tenho uma ginecologista senhora, há vinte anos, que acompanhou a gravidez e parto das crias e que, em breve, começará a observar a cria mais velha...
Gosto muito dela, é já amiga mãe :-)

Quanto ao teor do post, nada é seguro, de facto! :-)))

Maria de Fátima Filipe disse...

Quando ouço estas histórias, a primeira coisa que me ocorre é: será? como é possivel? bem, às vezes chego a pensar que, ao contrario do que normalmente me julgo, não devo ter nenhum sex appel, caramba, nunca me acontecem coisas dessas... vou ter de consultar o médico para ver se tenho algum problema...:)

Anónimo disse...

A minha mãe sempre me considerou um anjinho, caro Paulo. À medida que o tempo foi avançando, eu não pude estar mais em desacordo com essa afirmação. Tal como o meu Amigo em relação a essa medida. À Tua opinião junto a minha, em concordância.
Abraço.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querido Paulo, a ginecologista não m tratou com o respeito que eu , mesmo estando doente, exijo como ser humano, mas não me assediou.Não fechou a porta do consultório, deixou que o porteiro entrasse, coisas assim. Este, aliás , é um problema dos Hospitais publicos, tão grave como outro qualquer.
Na verdade , acabei fugindo um pouco ao tema,enquadrando-o. nunca sofri assedio sexual de médicos, graças a Deus.

ana v. disse...

Eu acho essa medida um disparate pegado, a não ser que a presença obrigatória de mais uma pessoa seja uma medida encapotada para o combate ao desemprego. A percentagem de ginecologistas prevaricadores deve ser baixíssima. Prenda-se esses tarados, tire-se-lhes para sempre a carteira profissional, tudo o que quiserem... mas não se deve generalizar à especialidade inteira porque é injusto e até ofensivo, além de ridículo e incómodo para a paciente, sabendo-se observada por alguém que não está ali a fazer nada a não ser papel de voyeur!

Sempre preferi ginecologistas homens: acho-os mais delicados e pacientes, em geral. As mulheres são mais brutas e têm menos paciência para "mariquices" de outras mulheres.

Anónimo disse...

Elas lá sabem... (riso contido)

Patti disse...

Esta medida não foi tomada unicamente em defesa dos pacientes, mas também como uma forma de protecção dos médicos de falsas acusações de assédio ou abuso sexual, que também existem e muitas vezes é difícil prová-las.

Por isso concordo com ela, serve para os dois lados da questão.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querida Ana, eu sempre escolho ginecologista homem. A unica vvez que escolhi ginecologista mulher foi a que referi. Digo-te que entrei bem e sai de lá muito doente.Os homens são muitissimo mais delicados, têm, diria, outra sensibilidade. gosto muito mais que os homens me atendam.

Concordo com a Patti

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Fugi,
e a imaginação humana em matéria de fraude não tem limites propriamente... estreitos!

Querida Ariel,
a Sua desilusão fez-me lembrar o caso de uma Conhecida minha, Pintora, que ficou muito triste por, havendo a casa sido assaltada, ter notado que os ladrões não levaram um único quadro pintado por Ela...

Meu Caro Mike, eu com a medida até vou concordando. Convém é desde já alertar para as contra-indicações dela...
Anjinho?! Ai os olhos das nossas Mães!

Querida Júlia, e eu que me preparava para perguntar se um Abuso cometido em tal Beleza não justificaria a médica...
Se foi só má-criação, pelo contrário, é agravante de tomo.

Querida Ana,
essa é, evidentemente uma das tais circunstãncias a põr no outro prato da balança, quer a posição de menoridade em que coloca o médico, quer a incomoddade que acarrete à paciente. Isto, apesar do sentido original de voyeurisme ser o PRAZER EM SER VISTO...
A cortesia ainda é um apport da masculinidade? Vá lá, nem tudo são espinhos.

Querida Patti,
por isso comecei por dizer que não podia estar em desacordo com ela. Acho é que temos de pesar muito bem os efeitos secundários e a falta de cobertura total que sugeri no final do texto.
Beijinhos e abraço

Leonor disse...

O que aconteceu é absolutamente nojento, ainda mais se tivermos em conta que o dito médico continua a particar. Há coisas que, por mais que me expliquem, não entendo na justiça deste país.
O meu ginecologista também é homem mas só depois da leitura deste post me ocorreu que, de facto, tem sempre uma ajudante/assistente mulher. Também prefiro os homens, já tive uma ginecologista e era um animal.

Paulo Cunha Porto disse...

Céus, Querida Leonor, mas serão as Senhoras assim tão duras para as Congéneres? Quanto aos culpados comprovados, inteiramente de acordo, não só a proibição de exercer, como o próprio diploma universitário deveria ser invalidado, afinal traíram a parte de sacerdócio que compõe aquela formação.
Beijinho

Leonor disse...

Há gente que devia aprender relações humanas e comunicação antes de se lançar na medicina. Já passou, mas o Criador bem que podia ter sido mais clemente connosco, mulheres :-)

Paulo Cunha Porto disse...

Quanto à Primeira, Querida Leonor,
"Essa é qie é essa".
À segunda tenho de responder:
Irra, as Mulheres nem com a Perfeição (mesmo a própria) estão contentes!
Beijinho