sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Paradoxos do Marketing

Se há coisa que me deixa zonzo é o ilogismo das fortificações de Lisboa: quando se pretendia proteger a cidade da entrada incontrolada de mercadorias, fez-se um baluarte como este, inicialmente uma dependência alfandegária:


No momento em que se quer escancarar a urbe a importações, vai-se edificando uma paliçada que será tudo menos atraente:

Só pode ser uma confusão fonética, onde se tenha falado em pôr de pé uma nova muralha, ter-se-á percebido uma instrução para envolver a povoação por uma mortalha...

11 comentários:

Pedro Barbosa Pinto disse...

Ouvi hoje a Ministra da Educação, perguntada sobre as condições dos alunos do interior do país que têm aulas em contentores, dizer que "os monoblocos climatizados são provisórios e que as Autarquias em conjunto com o Governo...yada,yada,yada".
MONOBLOCOS CLIMATIZADOS!!!!
Vai ver que em Alcantara não vai nascer uma muralha de contentores. Quanto muito talvez um VITRAL FERRUGINOSO.

Gi disse...

Boa Tarde, Paulo, eu sou a Gi e é a 1ª vez que o visito AQUI.
No Domingo, olhava para estes contentores, e disse para o meu marido, deixaram de estar no espaço Santa Apolónia/"Expo 98", avançaram em direcção à "Linha".
Devia haver uma lei que obrigasse os "donos" dos contentores a tornar estes paralelipípedos obras de arte itinerantes.
Ideias parvas, as minhas, eu sei!

Anónimo disse...

Por questões estéticas e operacionais (não vá faltar o espaço), por enquanto ainda ninguém se lembrou de deslocar a Torre de Belém ou o Padrão dos Descobrimentos. Ou de os arrumar num novo armazém, de preferência a construir pela Mota-Engil.

Marie Tourvel disse...

Passo por este post para lhe mandar um beijo e perguntar se leu minha resposta ao seu comentário ao meu Cioran. :)

Paulo Cunha Porto disse...

Hahaha, o Amigo Pedro Barbosa Pinto está com a veia! Pois é, para esta gente o nome modifica a coisa, já o sabemos desde que estas mentes depravadas deram em condenar a dignidade da honestíssima profissão de criada e, não se contentando com a edulcoração "empregada doméstica", deram em chamar-lhes técnicas auxiliares de limpeza.
Sobre esses caixotes pedagógicos tenho a declarar uma experiência traumática. Fiz o meu 12º ano na antiga escola de Algés, instalada nuns pré-fabricados noruegueses que, para todos os efeitos, se assemelhavam a caixores gigantes. Feitos para o clima nórdico, no Verão funcionavam como estufa. Mas nem no Inverno nos podíamos vingar, uma vez que tinham sido montados deixando frestas que originaram muita constipação... Climatizações, enfim!

Ehehehehe, Querida Gi,
Bem-Vinda! Já A conhecia de comentários a blogues de Amigos comuns, como do Seu, que visitei, embora ainda não me tendo atrevido a comentar.
Quanto à apreciação, deu-me a ideia de transferir para a novel muralha de aço que garantem não ir ser construída todos os pintores de intervenção que se quer banir do Bairro Alto...
E mora em Paço de Arcos, não é? Ainda ficava com a galeria ambulante na frente ribeirinha antes de ela arribar aqui a S. João do Estoril!

Dê-Lhes ideias, Meu Caro Mialgia...
Olhe que já estivemos mais longe, aqui há poucochinhos anos passava por mui vanguardista Arte embrulhar monumentos...
Ena, já com identidade autenticada? O Blogue vem aí?

Querida Marie Tourvel, vi sim Senhora e muito agradeço ter-me dado a honra de visitar o meu anterior blogue. O Cioran é fantástico e sei de uma associação de admiradores Dele que há aí no Brasil.
Beijinhos e abraços

Anónimo disse...

No siree Bob! Sou um neófito nestas andanças, mas lá vou dando os primeiros tentativos passitos, Meu Caro.

Maria de Fátima Filipe disse...

Não sei se já existe, mas devia organizar-se um movimento APARTIDARIO, que mobilizasse as pessoas para impedir este atentado à cidade.

Luísa A. disse...

Meu caro Paulo, sobre este assunto, teria que falar durante horas! Aliás, estou muito desalentada, porque parece que o contrato já foi assinado. E só oiço palavras e mais palavras, e já estou na fase em que preferiria ver acção, protagonizada por um sólido corpo de jagunços, ao modo do rijo pessoal da estiva do outro dia. Nem me importaria de ser eu a lançar as palavras de ordem. ;-D

Luís Serpa disse...

Caro Paulo,

nenhum desses achados semânticos (e são muito bons)vale as contorsões que a APL faz com a língua portuguesa para justificar aquela aberração.

Um abraço cordial

Gi disse...

Como vê não custa nada; eu não mordo e até tenho um sorriso de orelha-a-orelha todo janota. ;)

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Mialgia,
passo a passo...

Querida Ariel,
não sei qual é a continuidade pretendida, mas um embrião disso pode estar no abaixo-assinado de protesto.

Querida Capataz Luísa,
Eu adoraria vê-La emitir as vozes de comando. Ainda há esperança, enquanto os prédios não derem, de facto, lugar ao aterro de caixas d´aço. A Ota também parecia irremediável, lembra-Se?

Meu Caro Luís,
são uns artistas! Do género Serafim Saudade, menos a piada. Eu vi o arrazoado que dizia serem só dois edificiozinhos a transformar em CAIXÕES de metal e intimando-nos a ficarmos felizes por não se prever que atinjam a altura de arranha-céus...

Querida Gi,
sabe que na estreia os nervos falam mais alto. Mas o acolhimento, depois do gesto de boa vontade, aqui mesmo, farão de mim cliente habitual.
Beijinhos e abraços