segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sinais de Fumo

A pressão contra os fumadores chegou a um ponto em que aquilo que deveria ser incontestavelmente da esfera privada permite-se oferecer-se como critério de apreciação de um homem público, como é o caso na despudorada insistência com que este jornalista tem a lata de interrogar o Presidente Eleito Obama sobre o inêxito em deixar de fumar.
Como resultados não creio que traga grandes desenvolvimentos: provavelmente despertará simpatias em toda a geração mais velha que fumou à fartazana e não conseguiu, ao ponto de nem querer, desviar-se do hábito. E alguma incomodidade aos que, virginalmente, policiam as baforadas que os notáveis credíveis como Exemplo possam dar.
Sobre as mudanças camaleónicas e as dissipaqções etéreas a que o Amor se presta, mesmo o Amor ao Poder, permito-me dedicar ao futuro Ocupante da Casa Branca, implorando perdão pelo título, «L´Amour C´est Comme Une Cigarrette», de Sylvie Vartan...

L´AMOUR C´EST COMME UNE CIGARRETTE

Quand tu es dans la lune
Les idées en panne
Je me voudrais brune
Comme une gitane
e glisser entre tes doigts
Et puis me brûler
Me consumer pour toi
N'être que fumée
Quand tu es dans ce monde
Où tes rêves t'entraînent
Je me voudrais blonde
Comme une américaine
Être douce et sage ou sucrée
T'emmener sur mon nuage de fumée
L'amour c'est comme une cigarette
Ça brûle et ça monte à la tête
Quand on ne peut plus s'en passer
Tout ça s'envole en fumée.
L'amour c'est comme une cigarette
Ça flambe comme une allumette
Ça pique les yeux ça fait pleurer
Et ça s'envole en fumée.
Je peux être française
En robe bleueAnglaise,
Si tu le veux
Ou être à la menthe
En bague dorée
Ne crois-pas que je mente
Tout n'est que fumée
L'amour c'est comme une cigarette
Ça flambe comme une allumette
Ça pique les yeux ça fait pleurer
Et ça s'envole en fumée
On fait tout un tabac
Quand l'amour s'en vient ou s'en va
On est les cigarettes
Qu'il roule quand il a envie
Et je deviens fumée
Pour t'intoxiquer
De moiBlonde ou brune
Brune ou blonde
Je le serai pour toi
L'amour c'est comme une cigarette
Ça brûle et ça monte à la tête
Quand on ne peut plus s'en passer
Tout ça s'envole en fumée
L'amour c'est comme une cigarette
Ça flambe comme une allumette
Ça pique les yeux ça fait pleurer
Et ça s'envole en fumée.
L'amour c'est comme une cigarette
Ça flambe comme une allumette
Ça pique les yeux ça fait pleurer
Et ça s'envole en fumée.

8 comentários:

Alma disse...

O fumo é só o começo meu caro, daqui a pouco os senhores que nos governam, muito preocupados com nossa saúde nos proibirão o álcool, a batata frita, as costeletas de porco e em seguida vão nos dizer o que podemos ler ou assistir. Resistência já,acenda seu charuto.

Anónimo disse...

É o velho PC (Politicamente Correcto) ao ataque...

Anónimo disse...

O amor é como um cigarro? Será por isso que tenho sempre cigarros à mão? Maldito vício ou abençoado vício, caro Paulo?
Abraço.

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Fernando Sampaio,
a vingança é serem os políticos obrigados a contrições destas...

Meu Caro TSantos,
na minha opinião, Obama devia ter remetido o entrevistador à sua insignificância. Mas seria afrontar o lobby anti-tabagista que, eleitoralmente, é muito mais rentavel, embora não financeiramente.

Meu Caro Mike,
e pensando no Amor ao Poder, a parte de se dissolver em fumo também tem o seu quê. Mas claro que esse é o que menos nos interessa. Não fora o facto de a comparação até saber bem, di-lo-ia mais "como um charuto".
Abraços

Anónimo disse...

Tens carradas de razão nessa associação ao charuto, caro Paulo.
Abraço.

Anónimo disse...

Pior do que isso, é uma brigada de solteironas ex-fumadoras que anda por aí a fazer petições para se acabar com o fumo nas esplanadas!
E conheço também o caso de umas quntas que, à míngua de trabalho nos serviços públicos onde se empregam, dedicam-se a denunciar aos superiores hierárquicos os colegas que, à revelia, dão uma passita.

Lina Arroja (GJ) disse...

Obama não podia ser completamente perfeito e o pecado espreitar ao lado é meio atributo.
Como deixei de fumar há algum tempo tenho tolerância e como quando cantava com a Sylvie o fazia na conta de um maço...que viva "la cigarette" de Obama!

Paulo Cunha Porto disse...

Ehehehehe, Caro Mike.

Meu Caro Carlos,
não foi um convertido o mais duro Inquisidor?

Querida Grande Jóia,
nada contra o facto de ele não conseguir largar o vício, tudo contra o jornalista que faz disso matériarelevante.
Atenção, que no caso do Amor ao Poder, a dissolução em fumo pode ser tão dolorosa como noutros campos.
Beijinhos e abraços