Manda a Gi que eu manifeste os meus primeiros passos no Mundo das Letras. Já aqui dei conta dos relativos ao período em que era absolutamente principiante. Urge, portanto, retomar o fio da meada onde ficou a ponta por pegar.
Uma das primeiras leituras foi a das Aventuras de Tintim, que me fascinaram, nem tanto pelo protagonista, mas sim pela inolvidável figura do Capitão. Penso que aí fiquei de vez configurado no sentido de identificar a perfeição não com o sucesso, muito mais com a disponibilidade de aplicar-se totalmente, entrincheirada em separações radicais do que se gosta e daquilo que nos impressiona mal. Segui pelo Astérix a que ainda volto bastante e muito, muito, pela escola Disney Brasileira, de que ainda conservo um malão cheio, para possível êxtase das traças. Passei da Banda Desenhada para os textos com Blyton, onde detestava os Sete, porque assumidamente infantis e desconfiava dos Cinco, os quais via como demasiado preocupados. Era a série »Mistério», com o Gordo & Cª. a pregar partidas ao polícia Arreda que me enchia as medidas, talvez por paixão precoce pelos disfarces físicos e para alimentar uma costela anarquista contra a baixa autoridade, em ordem a aliar-me à de posto mais elevado.
Fora disso, também já contei algures como a minha Mãe me passou para as mãos os romances de Júlio Dinis e a «Guerra e Paz» de Tolstoi, enquadrando muito embora a leitura com a explicação histórica, facto que me causou algum traumatismo de que ainda me não livrei.
Uma das primeiras leituras foi a das Aventuras de Tintim, que me fascinaram, nem tanto pelo protagonista, mas sim pela inolvidável figura do Capitão. Penso que aí fiquei de vez configurado no sentido de identificar a perfeição não com o sucesso, muito mais com a disponibilidade de aplicar-se totalmente, entrincheirada em separações radicais do que se gosta e daquilo que nos impressiona mal. Segui pelo Astérix a que ainda volto bastante e muito, muito, pela escola Disney Brasileira, de que ainda conservo um malão cheio, para possível êxtase das traças. Passei da Banda Desenhada para os textos com Blyton, onde detestava os Sete, porque assumidamente infantis e desconfiava dos Cinco, os quais via como demasiado preocupados. Era a série »Mistério», com o Gordo & Cª. a pregar partidas ao polícia Arreda que me enchia as medidas, talvez por paixão precoce pelos disfarces físicos e para alimentar uma costela anarquista contra a baixa autoridade, em ordem a aliar-me à de posto mais elevado.
Fora disso, também já contei algures como a minha Mãe me passou para as mãos os romances de Júlio Dinis e a «Guerra e Paz» de Tolstoi, enquadrando muito embora a leitura com a explicação histórica, facto que me causou algum traumatismo de que ainda me não livrei.
Mas, logo em seguida, veio o conjunto que quero hoje enaltecer, a «Colecção Histórias», da Bertrand, onde tomei o primeiro contacto com muitas obras de que logo quis ler uma versão mais adulta. Era coisa admirável para fomentar hábitos de Leitura. Livros que me marcaram, como «Os Três Mosqueteiros» e «Vinte Anos Depois», de Dumas, o «Robinson Crusoé», de Defoe, ou «A Flecha Negra», de Stevenson, aí tiveram o primeiro contacto. O facto de alternarem as páginas de texto corrido com as de uma súmula, em quadradinhos, tornavam-nas particularmente apelativas e eficazes, em ordem a despertar a curiosidade e o seu filho, o vício. Aí, com o Sinbad, vivi a primeira aproximação às «Mil e Uma Noites», que, posteriormente, li por completo, quer em boa versão portuguesa da opção realista de Mardruz, quer numa edição setecentista do elegante Galland, que possuo. E ainda guardo o projecto de me abalançar à transposição de Burton, no Inglês em que ficou. Hoje por hoje, depois de ter estudado não sei quantas páginas sobre o Robim dos Bosques, quer em ensaios sobre a lenda, quer em ficções, é ao tríptico constante deste grupo que me mantenho fiel, no estabelecimento da ortodoxia narrativa.
Em sequência, viria outro conjunto importante, o da «Biblioteca dos Rapazes», da Portugália, começando pelo terceiro da série Dumasiana, «O Visconde de Bragelone», não publicada na anterior. Logo após o que a Entidade Materna me achou maduro para me meter nas mãos «A Cidade e as Serras». Estava lançado!
14 comentários:
O título prometia!
... e cumpriu.
Pois...
;)
A Gi é uma mandona, é!
Os livros do Astérix, Tintin e Banda desenhada da Disney (versão brasileira), tinha que ir ler na casa da minha melhor amiga e vizinha do lado;
Os meus pais sempre embirraram com livros aos "quadradinhos", como se chamava na altura.
Chamou-me logo a atenção essa foto da colecção Histórias para rapazes, o meu preferido -que estou a olhar para ele no momento, em 1ª edição- é Buffalo Bill.
E depois claro, a colecção Histórias para raparigas, como As Mulhezinhas Quo Vadis, As Duas Orfãs e muitos outros que guardo todos.
E o Ivanhoe? E O Rob Roy? E Vinte Anos Depois?
Também era fã do Gordo e do coitado do Arreda, como já pudeste ler numa das minhas histórias.
E que aventuras e aventureiros esses que vão descendo por este post abaixo!
Maravilha! Também me lancei naquela altura e agora a ler-te.
Beijinhos Paulo
Foi tudo isso, Paulo, mais o Super-Homem, Batman, o Major Alvega o Ene3, Mandrake, Fantasma (ó pra mim!). o Mundo de Aventuras, o Universo Disney, o Condor, etc.
O que eu ansiava pelas idas à Feira Popular com os meus pais. Tinha lá uma loja que vendia tudo o que era quadradinhos. Saía de lá sempre carregadinho de livros. Chegados a casa a minha Mãe escondia-os e dizia-me que só os podia ler nas férias. Mas isso é outra história...
Abraço.
Tentei, Margaridinha. Pensava que ia para outra temática?
Querida Gi,
Coitada! Mas até deve ter aumentado o gozo, dava-Te as alegrias da excitação de um desporto radical, se não perigoso...
Querida Patti,
também li o Búfalo, pois. E foi por aqui que também me apresentei a Scott, com o «Ivanhoe» e «O Talismã». Depois, descobriria, entre muitos bons, um romance extraordinário dele, «O Antiquário».
Meu Caro Mialgia, que tortura, ter de esperar pela pausa escolar! Imagine a Miudagem de hoje, com umas feriazitas encolhidas ao exagero pela lavagem incompetente das deficiências do sistema educativo...
Beijinhos e abraço
Há uma coisa que me fez espécie, meu caro: diz que ficou «de vez (...)» a partir da «figura do Capitão» que conheceu nas 'Aventuras de Tintim'? Como o próprio nome do bom do Capitão indica, ele é um provisório e não um definitivo...
Abraço.
Meu Caro JC,
o único arenque célebre que não é defumado conseguiu roubar a primazia ao seu amigo mais certinho e sempre vencedor. Ao ponto de Hergé, segundo nos conta Assouline, ter tido de esclarecer que era o Reporter o herói e não o Companheiro Barbudo...
Se o Amigo quiser ver o que penso a respeito, é favor ir aqui:
parafrasefacil.blogspot.com/2008/05/eu-diria-mesmo-mais.html
Abraço
A Margaridinha às vezes tem uma mente tortuosa...
LOL!
Identifico-me muito com o seu trajecto e as suas preferências Paulo, com duas pequeníssimas excepções: nunca desconfiei dos Cinco, embora a minha personagem preferida fosse a cozinheira Joana (cão que ladrava, mas não mordia); também li, a seu tempo, a «Biblioteca das Raparigas», juntando a «aventura» da dos rapazes ao «romance». :-)
Por curiosidade, também vim dar uma olhadela, para conhecer os restantes nomeados pela Gi para este desafio.
O menino de pedra a ler é um espanto!
Olá, eu sou a vizinha do lado da GI, aquela que lhe proporcionou o prazer do fruto proibido... também aceitei o desafio. Há no teu post, como é óbvio, muito em comum com o meu e, ao lê-lo, lembrei que me esqueci do Robin dos bosques, da Flecha Negra, e outros que por aqui li nos comentários como, Ivanhoe e, na banda desenhada Mandrake.
Enfim...com certeza, todos os que aceitámos o desafio teremos muito em comum...
Boa, meu caro. Fui lá e gostei.
P.S. (salvo seja!): Milu é efectivamente cadela.
Querida Margarida,
mas até isso nos faz gostar Dela...
Querida Filoxera,
Bem Vinda! Gostei da escultura, que me pareceu ilustrativa da primeira curiosidade e concentração de Leitor. Também terei todo o gosto em retribuir a visita.
Querida TeddyLover,
em boa hora despoletaste a iniciativa. É tão agradável descobrir percursos comuns... um pouco como recordar as vivências, acrescentando a frescura do conhecimento!
Meu Caro J.C.,
há uma discussão tremenda sobre esse assunto. Ainda bem que gostou.
Beijinhos e abraço
Querida Luísa,
os Cinco pareciam-me demasado sérios, mão quis dizer mais do que isso, coitadinhos.
Beijinho
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